Criadora
de movimento que presta apoio a vítimas de crimes sexuais cometidos por líderes
religiosos, Sabrina cometeu suicídio, aos 38 anos
Sabrina
Bittencourt, 38, morava em Barcelona e deixou três filhos; ela ajudou a
denunciar abusadores
Morreu na noite desse sábado (2), aos 38
anos de idade, a ativista Sabrina Bittencourt, em Barcelona. Segundo informou a
ONG Vítimas Unidas, Sabrina cometeu suicídio. Ela deixa três filhos.
"A luta de Sabrina Bittencourt
jamais será esquecida e continuaremos, com a mesma garra, defendendo as
minorias, principalmente as mulheres que são vítimas diárias do machismo",
homenageou a ONG.
Ativista e doutora honoris causa por seu
trabalho humanitário pela Universidad del Centro de México, Sabrina é fundadora
do movimento Coame (Combate ao Abuso no Meio Espiritual), que ajuda mulheres
vítimas de crimes sexuais cometidos por líderes religiosos e espirituais.
Foi por meio desse serviço que Sabrina
ajudou a denunciar supostas práticas criminosas cometidas pelo guru Prem Baba e
pelo médium João de Deus – que está preso desde dezembro .
Em seu perfil no Facebook, Sabrina
destacava a importância do ativismo social e reafirmava seu compromisso com a
causa.
"Justiça social, na minha visão, é
quando o movimento dos ativistas sociais, que são nascentes, se transforma num
rio potente cheio de pessoas que podem ser pedras no meio do caminho, gravetos
ou lindos peixes... E então, juntos, chegamos ao mar da diversidade. Quando
chegamos ao mar, não somos mais – nenhum de nós – o que éramos quando começamos
a viagem... Os ativistas temos por princípio, loucura ou carga genética, a
visão do todo para o todo. Sabemos que no campo vazio das possibilidades, tudo
pode acontecer! E temos a confiança praticamente de uma criança de 4 anos, de
entregar nossas vidas nas mãos de desconhecidos que também são outras
nascentes... Eu entrego minha confiança absoluta para o coletivo. Agradeço e
deixo fluir. Nada será em vão. Somos imparáveis", escreveu.
A morte de Sabrina foi lamentada, pelas
redes sociais, por lideranças de movimentos que atuam na defesa da mulher e por
parlamentares como a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e a deputada Maria
do Rosário (PT-RS).
Nenhum comentário:
Postar um comentário