Rádio Voz do Maranhão

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

Segurança que matou jovem no supermercado Extra é solto após pagar fiança de R$ 10 mil

O segurança Davi Ricardo Moreira Amâncio, de 32 anos, ficou detido por três horas na noite de ontem, após matar o jovem Pedro Gonzaga, de 19 anos, em uma filial da rede de supermercado Extra, na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro. Ele foi liberado após pagar fiança de R$ 10 mil e alegou legítima defesa para explicar o ato.

Gonzaga morreu na tarde de ontem após sofrer três paradas cardiorrespiratórias: a primeira enquanto era encaminhado ao hospital e as outras duas já no Centro de Emergência Regional, que fica junto ao complexo do hospital Lourenço Jorge, também na Barra.
Moreira foi filmado por clientes do supermercado, dando a "gravata" no jovem. Segundo o advogado do segurança, André França Barreto, ele acusou a vítima de simulação e de apontar uma arma.

"O rapaz simulou um ataque epiléptico, o Davi se aproximou para prestar os primeiros socorros e teve a arma retirada do corpo. Ele chegou a apontar a arma para os presentes no mercado e, neste momento, um segundo segurança conseguiu intervir. Neste momento, o Davi e o jovem entraram em luta corporal e o segurança cai por cima dele, o deixando imobilizado até a chegada de reforços", explicou Barreto.

De acordo com o advogado, o segurança acompanhou a vítima até a unidade de saúde e ficou detido por três horas na delegacia para prestar esclarecimentos e pagar a fiança. Ele responderá ao processo em liberdade, segundo a defesa.

Imagens mostram jovem imobilizado no chão

Apesar da versão do segurança, as imagens que foram veiculadas nas redes sociais mostram apenas Moreira imobilizando o jovem com a gravata. Gonzaga está aparentemente desacordado, com o segurança deitado sobre ele. Não é possível ver a ameaça com arma ou a simulação alegada pelo acusado. O vigilante refuta pedidos de outras pessoas para que solte Gonzaga.

Uma delas diz: "Está desmaiado, não está não?". Outra pessoa fala: "Ele tá com a mão roxa", mas o segurança se nega a sair de cima e responde: "Quem sabe sou eu". Outros funcionários do supermercado ainda circundam os dois homens no chão, mas nada fazem.

Questionado sobre os argumentos dos clientes sobre o estado de saúde do jovem, o advogado alegou que Davi acreditou que se tratava de mais uma encenação do suspeito que teria fingido um ataque epiléptico para se aproximar do segurança.

Em nota, o supermercado Extra, que pertence ao Grupo Pão de Açúcar, afirmou que repudia atos de violência em suas lojas e que abriu uma investigação interna para apurar o caso. Inicialmente, segundo a empresa, foi constatado que "se tratou de uma reação à tentativa de furto a arma de um dos seguranças da unidade da Barra da Tijuca". Informou ainda que os seguranças envolvidos foram afastados.

O caso é investigado pela Delegacia de Homicídios.

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