Luiz Carlos
era acusado de pistolagem, aliciamento e trabalho escravo.
Ex-prefeito
administrava chácara e era dono de garimpo no Pará.
Denise Soares
Do G1 MT
O ex-prefeito
Luiz Carlos Machado, o Luiz Bang, de 61 anos, foi assassinado com um tiro na
cabeça, nesta sexta-feira (27), na chácara dele, em Confresa, a 1.160 km de
Cuiabá. De acordo com a Polícia Civil, Luiz Carlos estava com a família quando
foi baleado. A principal tese é o crime de execução, já que não há sinais de assalto
na propriedade.
Luiz Carlos
foi prefeito de Porto Alegre do Norte, município a 1.143 km da capital
mato-grossense. Atualmente ele administrava a chácara e era proprietário de um
garimpo no Pará. O assassinato ocorreu por volta de 20h [horário de Mato
Grosso], na chácara que fica na BR-158.
“Ele estava em
casa, na chácara, com familiares, a esposa e algumas pessoas. Ele estava na
área e houve um disparo de arma. O tiro acertou a cabeça dele. A princípio
ninguém viu quem teria atirado”, explicou o delegado André Rigonato.Os próprios
familiares socorreram o ex-prefeito até um hospital da região, porém, Luiz
Carlos não resistiu e morreu. A Polícia Civil investiga o caso e deve ouvir
formalmente as pessoas que estavam na chácara no momento do disparo.
O ex-prefeito,
conforme informações do Ministério Público Estadual (MPE), era temido na região
e chegou a ocupar uma lista dos pistoleiros mais perigosos do país. Ele prestou
depoimento na CPI da pistolagem, em 1993, em Brasília.
Luiz Carlos
também era acusado de tentar matar um ex-prefeito, em 1988, além de ser acusado
de aliciamento e tráfico de trabalhadores para fazendas de Mato Grosso e Pará.
O corpo do
ex-prefeito deve ser velado na chácara dele. Não há informações do enterro de
Luiz Carlos.
Preso pela
Polícia Federal em 2009, Luiz Bang era apontado como um dos maiores pistoleiros
do país
O ex-prefeito
de Porto Alegre do Norte, Luiz Carlos Machado, preso em 2009, durante a Operação
Pluma que combatia a prática de grilagem de terras no Vale do Araguaia, já foi
considerado o 5º pistoleiro mais perigoso do país. Em função disso ele prestou
depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito da Pistolagem ocorrida entre
1991 e 1993 na Câmara Federal.
Na época em
que foi chamado para depor na CPI, o nome de Luiz Bang, como era conhecido,
também foi envolvido com o assassinato do ex-senador Olavo Pires, morto num hotel
de São Paulo, que era pré-candidato a governador de Rondônia.
Bang foi
apontado no inquérito da Polícia Federal como pistoleiro e responsável por
desmate, venda de áreas griladas, falsificação de escrituras e ameaças. O
promotor da região, Leandro Volochko, relatou no processo que Luiz Bang atuava desde 1994 na localidade cometendo ilícitos da espécie.
De acordo com
o inquérito da PF, Luiz Bang era ligado ao grupo do sub-tenente Moreira, citado
no processo, e atuava junto com Camilo de Lélis Brasileiro Pereira, envolvido
no esquema. O ex-prefeito também era responsável por providenciar a
escrituração falsa dos lotes.
Ainda de
acordo com o processo Camilo e Luiz Bang atuavam em conjunto, inclusive
ameaçando juízes da região e promovendo a invasão de terras da União, havendo
notícia de que pagavam propina a servidor do Instituto Nacional de Colonização
e Reforma Agrária e para agilizar a entrada na posse.
O Bang também
respondia por crimes de homicídios. Em 2006, ele foi julgado e absolvido no
caso em que era acusado de mandar matar o ex-prefeito Rodolfo Alexandre Inácio,
o Cascão, a esposa Fernanda Macruz, e o amigo Avelino Pereira Coelho, em
novembro de 1988.
A absolvição,
no entanto, pode ter ocorrido por Bang ter pressionado um dos jurados e
ameaçado o promotor Leandro Volochko e o juiz Gerardo Umberto Júnior. A
Promotoria recorreu da decisão junto ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso.
O ex-prefeito
também já foi preso por exploração de trabalho escravo. Em 2003, foi processado
pela prática de trabalho escravo na Fazenda Cinco Estrelas, em Mundo Novo (MT).
Ele chegou a ser preso, mas solto logo em seguida.
Bang também já
foi preso em flagrante por promover quebra-quebra na Câmara Municipal de
Confresa em maio de 2006. Em 2008, Bang tentou voltar para Prefeitura de Porto
Alegre do Norte, porém teve o registro de candidatura cassado por improbidade
administrativa.
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