A testemunha revelou como funcionava o
esquema de pagamento de propina entre outros envolvimentos do doleiro.
Se o STJ considerar que há indícios de crime da governadora no depoimento, poderá abrir uma ação penal contra a governadora Roseana Sarney.
![]() |
Roseana pode sofrer processo de impeachment |
SÃO PAULO, SP - O juiz federal Sergio
Moro, de Curitiba, encaminhou ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) nesta
terça-feira (12) o depoimento da contadora Meire Poza, que trabalhou três anos
com o doleiro Alberto Youssef, no qual ela diz que o governo do Maranhão pagou
um precatório de R$ 120 milhões à empreiteira UTC/Constran após políticos e
servidores receberem R$ 6 milhões de propina desse grupo.
O depoimento foi enviado ao presidente
do STJ, ministro Felix Fischer, porque governadores só podem ser processados
por crime comum por essa instância da Justiça.
Se o STJ considerar que há indícios de
crime da governadora no depoimento, poderá abrir uma ação penal contra a
governadora Roseana Sarney.
O pagamento do precatório foi negociado
no ano passado, segundo a contadora, quando Roseana governava o Estado. Segundo
a contadora, a própria Roseana recebeu um suborno de R$ 300 mil de um
funcionário de Youssef.
Ainda de acordo com a contadora, o
governo rompeu a ordem cronológica de pagamento de precatórios, o que pode
caracterizar, em tese, crime de responsabilidade.
Esse tipo de crime é um dos que pode levar
ao processo de impeachment.
O juiz diz no despacho que é
"prematuro concluir pelo envolvimento direto da governadora".
Ressalta que proibiu a Polícia Federal de investigar Roseana.
A Constran nega com veemência que o
pagamento tenha rompido a ordem cronológica. "O acordo foi realizado
seguindo todos os trâmites legais e respeitou todos os prazos estabelecidos
pela lei. Além disso, a empresa aceitou receber o valor em 24 parcelas sem
nenhuma correção ou juros. A Constran repudia qualquer tentativa de relacioná-la
ao pagamento de propinas".
O governo do Maranhão não se manifestou
até o momento sobre o depoimento da contadora.
Nenhum comentário:
Postar um comentário