Rádio Voz do Maranhão

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Apontado como mentor intelectual de uma organização criminosa, Ricardo Murad pode ficar preso preventivamente

Momentos da condução coercitiva de Ricardo
Murad à sede da PF
O ex-deputado Ricardo Murad jamais imaginava que iria figurar nas páginas policiais. Jamais imaginava que fosse responder por supostos crimes cometidos à frente da Secretaria de Saúde. Confiava na eternidade do poder político de seu grupo. Apostava na impunidade. Hoje, nessa onda de combate à corrupção que espalha pelo país, Ricardo Murad viu que os tempos são outros. É hora de mostrar que quem desvia recurso público não pode ficar apostando na impunidade. Foi um golpe na oligarquia. 

Depois de conduzido coercitivamente à sede da Polícia Federal, onde prestou depoimento por várias horas, o ex-secretário de saúde, Ricardo Murad, pode ficar preso preventivamente. A PF aguarda decisão da Justiça acerca do pedido formulado.

Na ‘Operação Sermão aos Peixes’ foram cumpridos 38 mandados: 12 mandados de prisão preventiva e 26 de condução coercitiva. Também houve 56 de busca e apreensão

Dos dois bilhões de reais movimentados ao longo dos anos investigados (2010-2013); projeção aponta 60% de desvio: R$ 1,2 bilhão.

Os mandados foram cumpridos em São Luís, São José de Ribamar, Imperatriz, Palmas, Goiânia, Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, Vinhedo (SP), Aeronópolis (GO).

As duas instituições investigadas foram a ICN e a Bem Viver.  Em uma amostragem de R$ 235 milhões, R$ 114 milhões foram desviados por meio de serviços não executados e pagos, contratos para fornecimento de insumos e aquisição de medicamentos fora de controle. A CGU conduziu visitas in loco, em unidades de pronto atendimento e hospitais, e constatou que os recursos não foram aplicados. Contratações de médicos e aquisição de alimentação também compuseram a lista de processos pelos quais a verba foi desviada.

Como parte da investigação, houve quebra de sigilo bancário dos envolvidos entre 2010 e 2013. Somente durante 2014, a estimativa é de que praticamente o mesmo montante - R$ 2 bilhões - tenha sido movimentado.

A operação envolveu 200 policiais  e outros 10 servidores da CGU.

Dentre as providências adotadas pela PF estão: sequestro de bens, bloqueio de contas (R$ 100 milhões de contas PJ e R$ 10 milhões de contas de pessoa física), um interventor atuará no ICN para gestão provisória do contrato atual, e apreensão de obras de arte, lancha, veículos, aeronave, televisão de 100”, computadores

Alexandre Saraiva, Superintendente da Polícia Federal do Maranhão, bateu forte na organização criminosa que comandava a SES.

“O Maranhão poderia ter uma saúde de primeiro mundo, se não fosse o desvio de recursos. A saúde era controlada por uma organização criminosa. Era esse tipo de gente que estava cuidando da saúde do Maranhão”, disse durante a coletiva.

Ele acrescentou que a ação criminosa foi uma burla à lei de licitações, com mau uso e desvio dos recursos.  Como exemplo, citou a Tempo Engenharia, que recebia R$ 56 mil mensais por hospital, mas não gastava R$ 5 mil em cada hospital em que prestava serviços.

O Coordenador da ‘Operação Sermão aos Peixes’, Sandro Jansen, destacou Ricardo Murad como mentor intelectual das ações da organização. “A contratação de empresas como Litucera e Lavatec foram determinações do ex-secretário Ricardo Murad, mentor intelectual de todo o esquema”, destacou.

Na residência de Ricardo, foram apreendidos documentos para robustecer a materialidade do delito, veículos e obras de arte.

Confira documentos da 'Operação Sermão aos Peixes'.










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