RENATA GIRALDI
da Folha Online, em Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva acertou nesta quarta-feira que irá se reunir com o senador José Sarney (PMDB-AP), depois que retornar das suas viagens à Bolívia e Venezuela. O encontro deverá ocorrer no final de semana, no Palácio da Alvorada --residência oficial de Lula-- onde o presidente tem mais privacidade e o acesso da imprensa é bastante limitado.
O presidente viaja amanhã para Arroyo Concepción, na Bolívia, e depois segue para a Base Naval de Ladário perto de Corumbá (MS) e, em seguida vai para Maracaibo, na Venezuela. Ele retorna ao Brasil na sexta-feira (16) à noite.
A Folha Online apurou que a reunião prevista para hoje foi adiada, mais uma vez, porque Sarney continua gripado e de repouso. Peemedebistas ligados ao senador informaram que ele pediu para que a conversa ocorra apenas quando ele estiver curado.
Interlocutores informaram ainda que Sarney conversou, por telefone, com o chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, na tarde de hoje quando deixou em aberto --a critério do presidente-- a escolha da data e horário para a conversa. No diálogo, Sarney disse que estaria à disposição de Lula assim que ele retornar do exterior.
Sarney é apontado por setores do PMDB como alternativa para obter consenso entre as principais legendas do Senado para assumir a presidência da Casa. Porém, o ex-presidente da República ainda não confirmou oficialmente sua disposição em aceitar a indicação.
Paralelamente, o atual presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), e o senador Tião Viana (PT-AC), mantêm suas candidaturas. No entanto, o peemedebista admitiu a hipótese de abrir mão da corrida, se seu partido exigir.
Nesta quarta-feira, o PT e o DEM se manifestaram sobre a possibilidade de Sarney ser candidato à presidência do Senado. Oficialmente, os petistas condenam a alternativa, enquanto os integrantes do DEM são favoráveis à ideia.
A Folha Online apurou que a candidatura de Sarney é vista com bons olhos pelo Planalto. Interlocutores do presidente Lula já atuam para tentar abrandar as reações no PT e do próprio Tião. Já Sarney indicou que sai candidato à presidência do Senado, se for o único nome e não tiver concorrentes.
A mensagem de Sarney é uma sinalização a eventuais candidaturas alternativas que venham a surgir e também a reações de partidos ao seu nome.
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