O PROJETO DE ROSEANA É CONSEGUIR MAIS OITO ANOS DE MANDATO NO SENADO

Durante a solenidade de entrega dos partamentos do PAC, na manhã desta quarta-feira, diversas pessoas me indagavam se eu acreditava que Roseana vai ter coragem de renunciar ao mandato de senadora para assumir o governo do Maranhão. É evidente que ela vai renunciar, mesmo que tenha que se afastar para tratamento de saúde. Ela não tem nada a perder. O pai é o arquiteto de todos os planos do grupo.

Na verdade, Roseana não tem interesse em voltar a governar o Maranhão. Isso ficou evidente na primeira entrevista que concedeu, logo após a cassação do mandato de Jackson, afirmando que lamentava que essa decisão só tivesse acontecido agora. Mas, se Roseana não quer governar o que quer, afinal? Os passos dela já estão desenhados.

Tão logo o TSE aprecie os embargos declaratórios e determine a posse imediata, a senadora vai renunciar ao mandato. Assume o governo, cumprindo todos os protocolos e, em seguida, vai se licenciar para entregar o mandato para João Alberto. Tido como linha dura, Alberto seria a figura ideal para conter os ímpetos dos insatisfeitos com a cassação de Jackson.

Roseana vai para a mesa de cirurgia e, depois, vai curtir um longo repouso, sem pretensões de reassumir o governo. Mas, quais as pretensões da filha de Sarney? Afirmo, sem medo de errar: concorrer novamente ao Senado, pois terá mais oitos anos de tranqüilidade.

Alguns podem dizer que ele reassume o governo para concorrer à reeleição. Afirmo o seguinte: Roseana é carta fora do baralho para a disputa do governo em 2010. Sarney já bateu o martelo: o candidato é Lobão. O septuagenário senador só que ter o controle da máquina do Estado (o cofre) para facilitar a vida do Ministro de Minas e Energia.

Nesse cenário, João Alberto ficará 21 meses à frente do Governo, no comando da sucessão em 2010, além de figurar como principal financiador da campanha de Lobão.