Empresário, que estava foragido, seguiu
para o IML, onde faz exame de corpo delito; ele será conduzido em seguida para
o Presídio Ary Franco
Constança Rezende
O Estado de S.Paulo
RIO - O avião que trouxe de volta ao
Brasil o empresário Eike Batista pousou na manhã desta segunda-feira, 30, no
Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, o Galeão. A aeronave, que veio de Nova York, tocou o
solo brasileiro às 9h54. O empresário foi escoltado por policias federais logo
que desembarcou na pista do aeroporto. Eike não estava algemado, carregava
apenas uma mala de mão.
O empresário está no Instituto Médico
Legal, no Centro do Rio, onde passa por exame de corpo de delito. O
ex-bilionário será conduzido em seguida para o Presídio Ary Franco, em Água
Santa, segundo disse á reportagem uma pessoa ligada à investigação. O
empresário deve prestar depoimento à Polícia Federal na terça-feira, 31
Eike estava foragido desde
quinta-feira,26, quando a Polícia Federal tentou cumprir um mandado de prisão
preventiva contra ele, como parte da Operação Eficiência, que investiga um
esquema de corrupção montado pelo ex-governador do Rio Sérgio Cabral. O
empresário é investigado por um suposto repasse de US$ 16,5 milhões em propina
a Cabral.
O ex-bilionário deixou o Brasil dois
dias antes da operação da PF, no dia 24. A prisão dele estava decretada pela
Justiça do Rio desde 13 de janeiro.
'À disposição'. No domingo, enquanto esperava o embarque para
o Rio de Janeiro no aeroporto JFK, em Nova York, o empresário afirmou em
entrevista à TV Globo que volta ao País para responder à Justiça. "Eu estou voltando para responder à
Justiça, como é meu dever. Está na hora de ajudar a passar as coisas a limpo”,
disse. “Estou à disposição da Justiça”, completou.
Eike Batista negou a intenção de ir para
a Alemanha, país do qual é cidadão. “Não. Eu venho sempre a Nova York, a
trabalho”, afirmou.
O advogado de Eike Batista, Fernando
Martins, disse ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência
Estado, que a estratégia de defesa do empresário ainda está indefinida,
inclusive uma possível delação premiada. “Ele estava em uma viagem a negócios.
Só combinamos a sua volta e amanhã vamos conversar sobre a estratégia. Após a
chegada dele é que vamos definir os procedimentos”, disse, ao ser questionado
sobre um pedido de habeas corpus ou de uma possível colaboração premiada.
De acordo com Martins, não houve
negociação com a Polícia Federal ou o Ministério Público Federal na busca de
melhores condições para o ex-bilionário. Eike Batista não tem o ensino superior
completo, por isso poderá ficar em um presídio comum. “Não houve negociação
nenhuma. Isso (o presídio) fica a cargo das autoridades. Ele vai se apresentar
e a Polícía Federal vai definir (se destino)”, disse Martins.
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