A ex-presidente Dilma Rousseff, por meio
de sua assessoria de imprensa, manifestou-se contra as novas denúncias feitas
pelo Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, na quarta-feira (6). Para ela,
são denúncias infundadas, baseadas em provas ilegais e nulas.
“É espantoso que a nova denúncia se
baseie em provas ilegais e nulas, fruto de reconhecida situação abusiva em que
conversas da presidenta eleita Dilma Rousseff foram indevidamente
interceptadas, divulgadas e descontextualizadas na interpretação do seu real
conteúdo. Afronta-se com isso a Constituição e as próprias decisões do STF, que
reconheceram a abusividade com que tais provas foram coletadas”, diz Dilma.
Ela estranha a rapidez da PGR para
formular as denúncias contra dois ex-presidentes no momento em que vieram à tona
situações indevidas sobre delações premiadas, referindo-se aos novos áudios de
Ricardo Saud e Joesley Batista, que podem levar ao cancelamentos de benefícios
concedidos aos delatores,
“Chama
atenção o fato de que a abertura destas ações tenha sido proposta, em rápida
sequência, no exato momento em que situações indevidas envolvendo delações
premiadas vieram a público e estarrecem a sociedade brasileira”, acrescenta.
Confira
a íntegra da nota
NOTA
À IMPRENSA SOBRE A SEGUNDA DENÚNCIA DA PGR
Sobre
a apresentação de nova denúncia contra Dilma Rousseff, Luiz Inácio Lula da
Silva e Aloizio Mercadante – por obstrução de Justiça –, a Assessoria de
Imprensa da Presidenta eleita Dilma Rousseff informa:
1.
É lamentável que o chefe do Ministério Público Federal, 24 horas depois de
anunciar uma infundada denúncia contra dois ex-presidentes da República e
dirigentes do PT por organização criminosa – sem provas ou indícios, baseado
exclusivamente em delações sem base factual –, venha propor agora a abertura de
uma nova ação penal também sem qualquer fundamento.
2.
Chama atenção o fato de que a abertura destas ações tenha sido proposta, em
rápida sequência, no exato momento em que situações indevidas envolvendo
delações premiadas vieram a público e estarrecem a sociedade brasileira.
3.
É espantoso que a nova denúncia se baseie em provas ilegais e nulas, fruto de
reconhecida situação abusiva em que conversas da presidenta eleita Dilma
Rousseff foram indevidamente interceptadas, divulgadas e descontextualizadas na
interpretação do seu real conteúdo. Afronta-se com isso a Constituição e as
próprias decisões do STF, que reconheceram a abusividade com que tais provas
foram coletadas.
4.
É curiosa a inversão de papéis. Os que praticam abusos de direitos e vazamentos
ilegais de informações recobertas pelo sigilo legal não são sequer investigados
e seus delitos punidos. Os que são vítimas destas situações abusivas e
ilícitas, ao ver do procurador-geral da República, devem ser transformados em
réus de uma ação penal.
5.
A presidenta eleita Dilma Rousseff acredita na Justiça. A verdade será
restabelecida nos autos dos processos e na história.
ASSESSORIA
DE IMPRENSA
DILMA
ROUSSEFF
Mais cedo, a ex-presidente disse, em seu
perfil no facebook, que estava havendo desvio de foco para encobrir a verdade.
Confira:
A
denúncia proposta pela Procuradoria-Geral da República acusando a mim de
pertencer e ao PT de constituir uma organização criminosa é um documento que
deve ter sido reunido às pressas e baseado, exclusivamente, em depoimentos de
delatores premiados.
Não
há comprovação resultante de qualquer investigação feita. Apenas ilações,
deduções e insinuações tratadas como verdade. Apenas as convicções dos
acusadores, baseadas em modelos fantasiosos.
A
denúncia se apoia em mentiras fabricadas, algumas bastante antigas, que parecem
ter sido recuperadas e trazidas de novo à baila apenas para desviar a atenção
das gravações divulgadas.
Nelas,
os próprios delatores declaram que para obter o prêmio da integral impunidade
ou da redução da pena dizem aquilo que acreditam ser o que os procuradores
querem ouvir.
Na
semana em que o país toma conhecimento da deterioração ética e moral que cerca
o mercado da corrupção; no dia em que a polícia encontra uma dúzia de malas
cheias de dinheiro roubado por elemento central na articulação do presidente
golpista; o procurador lança mão do diversionismo e encontra respaldo em parte
da imprensa brasileira que se transformou em uma fração politica, perdendo
inteiramente a isenção.
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