Mulher
que morreu em correnteza foi arrastada por 1,5km
A
vítima tentou atravessar uma rua no residencial Torquato Neto.
Carla Daniela Rodrigues, de 32 anos,
morreu após ser arrastada por uma correnteza durante a chuva da noite de domingo (09) no Residencial
Torquato Neto, na zona Sul de Teresina. A vítima morava em Bacabal, no Maranhão
e veio a Teresina com dois filhos para visitar uma amiga.
“Eu nem em casa estava, eu estava para a
igreja. O vizinho disse que ainda viu, ainda gritou, mas ela se desequilibrou e
a água levou”, disse Maria de Sousa, amiga da vítima.
Moradores relataram os momentos de
desespero. “Me disseram que tinha uma criança descendo, só que depois foram ver
que era uma mulher, ainda cheguei a ver só a cabeça e levantando os braços, aí
o homem pulou a tela para ver se conseguia pegar, mas não conseguiu porque ela
desceu de uma vez”, disse a dona de casa Letícia Soares.
Militares do Corpo de Bombeiros e
moradores passaram a madrugada procurando o corpo da vítima. Na manhã dessa
segunda-feira (10), por volta de 10h, Carla foi encontrada em um ponto
conhecido como Lagoa da Babilônia, para onde a água costuma escorrer quando
chove.
O corpo de Carla ficou coberto por lixo
e lama. De acordo com os moradores, a vítima estava de bruços. Ela chegou a
percorrer cerca de 1,5 km do local de onde ela foi arrastada.
“A gente sabia que o corpo poderia estar
no início de mata, até porque por ser uma mata muito fechada, tinha
possibilidade do corpo estar preso nela”, afirmou o sargento Givaldo Oliveira.
Os problemas do Residencial Torquato
Neto existem desde a sua fundação. No local, não há galerias para o escoamento
da água, as ruas ficam completamente tomadas pelas chuvas, deixando muitas
vezes os moradores ilhados.
“Aqui uma grávida como eu, os idosos,
todos caem nesses buracos, então é um problema constante”, afirmou Leidiane
Oliveira.
“São várias ruas e nenhuma delas tem
tubinho de galeria, quanto mais galeria principal e quando o período de inverno
chega, as chuvas aumentam e as ruas ficam completamente alagadas”, declarou
Jocélio da Silva, eletricista.
As famílias aguardam obras urgentes do
poder público para evitar novas tragédias. Enquanto isso, o Corpo de Bombeiros
faz um alerta aos moradores. “A gente recomenda que as pessoas não saíam de
casa, que não tentem atravessar ruas que estão muito alagadas porque pode
acontecer um fato lamentável desses”, detalhou o sargento.
Carla Daniela era vendedora e mãe de
cinco filhos. Seu corpo será levado para sua cidade natal, em Bacabal, no
Maranhão, onde será enterrado. Os amigos e familiares afirmam que a sua morte
não ficará impune.
“A sensação é de descaso do poder
público porque aqui mora ser humano, não era para estar em uma situação dessas
e pode ter certeza que esse caso não vai ficar impune, a prefeitura vai ter que
indenizar essa família”, afirmou a amiga.
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