“Mexeu
com o Exército, assinou sua sentença! Sua família vai pagar! Aguarde cartas!”,
diz um trecho da ameaça.
O repórter Carlos de Lannoy foi ameaçado
de morte logo após fazer matéria no Fantástico, da TV Globo, na noite deste
domingo (7), sobre a operação do Exército que resultou no fuzilamento de um
veículo de passeio no Rio de Janeiro.
O repórter compartilhou, em sua conta do
Twitter, mensagem, postada em nome de Erik Procópio, enviada a ele minutos
depois do “Fantástico” exibir a reportagem “Homem morre depois que carro em que
ele estava com a família foi fuzilado pelo Exército”.
Minutos depois de fazer reportagem no #showdavida sobre mais uma morte em blitz do @exercitooficial recebi essa ameaça no meu Instagram. Não ficará assim. pic.twitter.com/xRMkUYOYVV— Carlos de Lannoy (@CarlosdeLannoy) 8 de abril de 2019
“Mexeu com o Exército, assinou sua
sentença! Sua família vai pagar! Aguarde cartas!”, diz um trecho do post.
Incomodado com a ameaça, Carlos promete
levar o caso para a Justiça.
Entenda
o caso
O carro de uma família foi atingido por
mais de 80 disparos, segundo perícia realizada pela Polícia Civil. Cinco
pessoas estavam no carro e iam para um chá de bebê: pai, mãe, uma criança de 7
anos, o sogro e uma mulher.
Os militares envolvidos no caso foram
ouvidos, segundo a Polícia Civil, pelo próprio Exército — que entendeu que a
investigação deveria ser militar. A Polícia Civil, no entanto, vê indícios para
prisão em flagrante.
Reportagem do portal G1 nesta
segunda-feira informa que o delegado Leonardo Salgado, da Delegacia de
Homicídios do Rio de Janeiro, disse neste domingo que “tudo indica” que os
militares do Exército que mataram Evaldo dos Santos Rosa em uma ação em Guadalupe,
Zona Oeste do Rio, atiraram ao confundirem o carro com o de assaltantes.
Evaldo, de 51 anos, morreu na hora. Ele
era músico e segurança O sogro dele, Sérgio, foi baleado e hospitalizado. A
esposa, o filho de 7 anos e uma amiga não se feriram. Um pedestre que passava
no local também ficou ferido ao tentar ajudar.
Logo após a morte, o Comando Militar do
Leste (CML) negou que tenha atirado contra uma família e disse que respondeu a
uma “injusta agressão” de “assaltantes”. À noite, em outra nota, informou que o
caso estava sendo investigado pela Polícia Judiciária Militar com a supervisão
do Ministério Público Militar.
Uma amiga da família, que estava dentro do
carro, contestou a versão do Exército e disse que os militares não fizeram
nenhuma sinalização antes de abrir fogo contra o veículo.
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