No momento em que enfrentamos a maior crise de saúde
pública dos últimos 100 anos – a pandemia da Covid-19 - somos tomados pelo
desafio de unir todos os esforços para alcançarmos soluções definitivas para o
combate ao coronavírus. Ao contrário do desvairado movimento antivacinas que
marca negativamente a nossa época, eu me somo aos que atuam para que a
vacinação chegue ao maior número de brasileiros.
No último dia 20, fizemos um acordo entre o
Ministério da Saúde e os governadores, que apontava para o interesse de
adquirir várias vacinas, entre as quais as produzidas pelo Instituto Butantan
em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac. Uma vacina chancelada por
cientistas de um dos institutos mais reconhecidos e respeitados no mundo,
fundado há mais de 100 anos, e que é patrimônio do povo brasileiro, o Butatan.
O acordo também contemplava a aquisição de outras vacinas eventualmente
disponíveis, pois, quanto mais alternativas que sejam seguras e eficazes,
melhor para a população. Estranhamente, no dia seguinte ao acordo, Bolsonaro
mandou rasgá-lo, ameaçando um planejamento nacional de imunização tão
fundamental para esse momento.
Destaco que o Sistema Único de Saúde (SUS) do Brasil
é estruturado de forma tripartite, com responsabilidades e competências legais
definidas aos Municípios, Estados e ao Governo Federal, cabendo a este último o
Programa Nacional de Imunização, a partir de autorizações da Agência Nacional
de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Em meio à guerra ideológica que marca o atual
Governo Federal, é importante que se compreenda que conseguir comprar as
vacinas adequadas é apenas um passo diante do enorme desafio de garantir a
vacinação da população brasileira. Etapas como distribuição, armazenamento,
aplicação das vacinas e aquisição de insumos que viabilizem a ampla imunização
são preocupantes. Países, entidades e empresas já se preparam para essa corrida
logística, enquanto no Brasil se vê grande confusão, numa completa perda de
tempo. Que fique claro: nesse enorme projeto mundial de imunização, quanto mais
atrasados estivermos, mais distantes estaremos de uma forte solução para o
coronavírus. E vidas continuarão sendo perdidas, infelizmente.
A posição do Governo do Maranhão é de que as vacinas
comprovadamente eficazes, que estejam disponíveis no mercado, precisam ser
adquiridas e incorporadas ao Programa Nacional de Imunização, a fim de que
cheguem com máxima celeridade à população. Junto aos demais governadores,
iremos ao Congresso Nacional ou à Justiça, se necessário for, mas garantiremos
que as vacinas adequadas cheguem o mais rápido possível. Espero que o
equilíbrio e o bom senso prevaleçam.
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