Sarney e Roseana já articulam uma saída para não serem varridos do mapa da política pelo 'furacão Joesley' |
Com o naufrágio do governo Temer, o
oligarca José Sarney está debruçado sobre o tabuleiro para evitar o xeque-mate
na oligarquia, que pode ser arrastada pelo furacão Joesley. Para ele, perder o
acesso aos cofres do governo federal é perder as chances remotas de retomar o
poder no Maranhão em 2018. Por isso, dane-se Temer! Dane-se o país! A
sobrevivência de seu grupo é mais importante neste momento.
Não tenho dúvidas que o velho oligarca
já está no centro das articulações para evitar ‘Diretas Já’, como quer a
maioria da população. A tábua de salvação pode ser eleição indireta, fruto de
um grande acordo entre os enlameados que sustentam o finado governo Temer no
Congresso. Será um acordo da elite política, com aval dos meios de comunicação
que ajudaram a apear Dilma do poder e que vinham dando sustentação ao governo
golpista.
Prevalecendo um ‘acordão’, com o
sepultamento da tese de eleição direta, Sarney continuará no barco que está
levando o país ao fundo do poço. Trabalhará para manter os espaços já
conquistados, como a permanência do filho Zequinha no Ministério de Meio
Ambiente. Além de tentar emplacar aliados em outros cargos na estrutura
de governo.
Sarney quer, na verdade, garantir o
caixa do governo federal para bancar a pretensa candidatura do grupo ao governo
do Maranhão. Mesmo que venha a contar com o apoio do governo federal, não há
garantias de sucesso na tentativa de retomada do Palácio dos Leões. Falta nome
de peso para peitar o governador Flávio Dino, candidato à reeleição. Roseana
ensaia uma pretensa candidatura, mas enfrenta uma rejeição muito grande pelos
desastres de seus governos e por estar envolvida em escândalos de desvios de
recursos públicos, como as máfias da Saúde e da Sefaz. Esquemas de corrupção
que chegariam à cifra de R$ 2 bilhões.
Além da sobrevivência política, o grupo
Sarney busca sobreviver economicamente. Ao longo de várias décadas, os cofres
públicos foram os principais financiadores dos negócios e da riqueza dos
integrantes do grupo. Ao perderem os cofres do Estado, aliados de Sarney
passaram a enxergar alma de bigode. Os negócios entraram em parafuso. Um
exemplo está nas dificuldades financeiras enfrentadas pelo Sistema Mirante de
Comunicação, que abocanhava as maiores fatias da publicidade do governo.
Portanto, a sobrevivência política e
econômica do grupo Sarney passa, primeiro, pela eleição indireta do substituto
de Temer, e, segundo, pela retomada do poder no Maranhão em 2018. A primeira
pode ser inviabilizada pela pressão popular, nas ruas, das organizações sociais
e entidades representativas da sociedade, para as quais não haverá saída para a
crise com a continuidade do poder nas mãos dos corruptos que comandam o país. A
segunda pode naufragar no prestígio político do governador Flávio Dino que vem
fazendo um governo revolucionário e que está, aos poucos, mudando a realidade
de tragédia deixada pelos desmandos da oligarquia Sarney.
Uma coisa é certa: quando Sarney
silencia em momentos de crise, é sinal que está tramando. Põe um aliado, João
Alberto, para sair em defesa de Temer e mostrar que o grupo está com o
morto-vivo presidente. No entanto, por trás, articula uma saída para seu grupo.
Talvez Sarney e seu grupo estejam
vivendo o ocaso político. E o xeque-mate será inevitável.
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