Rádio Voz do Maranhão

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Até quando o ‘esqueleto de prédio’ da Oi vai continuar liberado para orgias, consumo de drogas e acidentes fatais?


A morte trágica da jovem Rafaella Cristina Vieira dos Santos, de 18 anos, na tarde de ontem, terça-feira (7), pode forçar os poderes públicos a cobrar da operadora Oi uma solução imediata para o ‘esqueleto de prédio’ localizado nas proximidades do Elevado da Cohama. O local é uma construção abandonada na década de 1990 pela empresa de telefonia Telemar, hoje Oi.
Rafaella Cristina caiu do último andar
do 'esqueleto de prédio' da operadora Oi
Ainda não se sabe o que provocou a queda da jovem, que estava no último andar em companhia de outros ‘amigos’ numa suposta 'festinha'. Suspeita-se que ela pode ter recorrido ao suicídio devido a uma suposta desilusão amorosa. Isso não é aceito pela família, que acredita que Rafaella pode ter sido empurrada do alto da obra abandonada, pois não teria motivos para tirar a própria vida.
Segundo um dos áudios divulgados no whatsapp, um dos jovens, que estava em um andar abaixo, o corpo de Rafaella, antes de chegar ao solo, bateu em várias estruturas metálicas do prédio, levando a imaginar que ela teria se desequilibrado ou mesmo sido empurrada. Se ela tivesse se jogado, em caso de suicídio, o corpo teria ido direto ao solo, sem bater em outras estruturas do próprio prédio.

"Eu estava dois andares abaixo, quando vi o corpo batendo nos ferros. Quando desci, ela ainda estava viva, e falei para não se mexer que eu ia chamar a ambulância, mas ela terminou morrendo e eu saí do local", disse um dos jovens. 
Em outro áudio, um jovem diz que chegou ao último andar, após a queda da jovem, e encontrou um amigo à beira da estrutura, olhando para baixo e paralisado. “Eu perguntei o que houve, e ele estava paralisado olhando pra baixo. Somente depois de uns três minutos ele reagiu e disse que ela havia despencado”, diz um dos jovens.

A polícia já deu início às investigações e deve identificar e intimar todos os ‘amigos’ da vítima dessa tragédia. Outros órgãos públicos poderiam acionar a empresa de telefonia Oi, se ainda for a proprietária, para que faça o isolamento de toda a área, inclusive com a colocação de seguranças, para evitar esse acesso livre ao prédio abandonado.
O que se sabe, pelo que tem sido publicado nas redes sociais, é que o local foi transformado em ponto de encontro de jovens que realizam ‘festinhas’, muitas vezes regadas a bebida e drogas. Moradores de rua, que fazem uso de algum tipo de entorpecente, também são vistos pelo local, que já serviu (ou serve) também de ponto para treinamento de forças policiais e do Corpo de Bombeiros para desenvolvimento da prática de rapel. Um local para aventuras e curtições que podem levar à morte.

A reportagem do blog do Gilberto Lima esteve no local da tragédia, na manhã desta quarta-feira (8). O que se vê é o quadro de completo abandono da área, que está isolada por um muro da outra área onde se localiza a administração da empresa. 
O ‘esqueleto de prédio’ é formado de estrutura metálica e de placas de concreto (forro). Os vãos são abertos, sem paredes, o que pode facilitar a ocorrência de acidentes fatais, em caso de descuidos. Todo o entorno existe uma pista e toda a área está tomada pelo matagal. A entrada livre pode ser feita em qualquer ponto do alambrado, que está destruído.

Além disso, a portaria, que dá acesso à Avenida Jerônimo de Albuquerque, nas proximidades no Elevado da Cohama, está completamente destruída e sem os portões. O local também pode servir de esconderijo para assaltantes que agem nas proximidades do Elevado durante a noite. Enfim, qualquer um entra e sai do local a qualquer hora do dia ou da noite, pois não existe nenhum tipo de vigilância.
A jovem Rafaella, residente no bairro Cidade Olímpica, em São Luís, não foi a primeira vítima desse prédio abandonado. O fotógrafo Israel Alves, em um de seus trabalhos no local, perdeu o equilíbrio, caiu e terminou morrendo.

Quantos ainda morrerão no local para que as autoridades públicas adotem medidas enérgicas contra o(a) proprietário(a) dessa área? Por estar no mais completo abandono há quase 20 anos, a área poderia ser alvo de desapropriação.

Com a palavra, o poder público e a empresa de telefonia Oi.

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