A morte
trágica da jovem Rafaella Cristina Vieira dos Santos, de 18 anos, na tarde de
ontem, terça-feira (7), pode forçar os poderes públicos a cobrar da operadora Oi
uma solução imediata para o ‘esqueleto de prédio’ localizado nas proximidades do Elevado
da Cohama. O local é uma construção abandonada na década de 1990 pela empresa
de telefonia Telemar, hoje Oi.
Ainda não se
sabe o que provocou a queda da jovem, que estava no último andar em companhia
de outros ‘amigos’ numa suposta 'festinha'. Suspeita-se que ela pode ter recorrido ao suicídio devido a uma suposta desilusão amorosa. Isso não é aceito pela família, que acredita que Rafaella pode ter sido empurrada do
alto da obra abandonada, pois não teria motivos para tirar a própria vida.
Segundo um dos
áudios divulgados no whatsapp, um dos jovens, que estava em um andar abaixo, o
corpo de Rafaella, antes de chegar ao solo, bateu em várias estruturas
metálicas do prédio, levando a imaginar que ela teria se desequilibrado ou
mesmo sido empurrada. Se ela tivesse se jogado, em caso de suicídio, o corpo teria ido direto ao solo, sem bater em outras estruturas do próprio prédio.
"Eu estava dois andares abaixo, quando vi o corpo batendo nos ferros. Quando desci, ela ainda estava viva, e falei para não se mexer que eu ia chamar a ambulância, mas ela terminou morrendo e eu saí do local", disse um dos jovens.
Em outro áudio,
um jovem diz que chegou ao último andar, após a queda da jovem, e encontrou um
amigo à beira da estrutura, olhando para baixo e paralisado. “Eu perguntei o
que houve, e ele estava paralisado olhando pra baixo. Somente depois de uns
três minutos ele reagiu e disse que ela havia despencado”, diz um dos jovens.
A polícia já
deu início às investigações e deve identificar e intimar todos os ‘amigos’ da
vítima dessa tragédia. Outros órgãos públicos poderiam acionar a empresa de
telefonia Oi, se ainda for a proprietária, para que faça o isolamento de toda a
área, inclusive com a colocação de seguranças, para evitar esse acesso livre ao
prédio abandonado.
O que se sabe,
pelo que tem sido publicado nas redes sociais, é que o local foi transformado em
ponto de encontro de jovens que realizam ‘festinhas’, muitas vezes regadas a
bebida e drogas. Moradores de rua, que fazem uso de algum tipo de entorpecente,
também são vistos pelo local, que já serviu (ou serve) também de ponto para
treinamento de forças policiais e do Corpo de Bombeiros para desenvolvimento da
prática de rapel. Um local para aventuras e curtições que podem levar à morte.
A reportagem
do blog do Gilberto Lima esteve no local da tragédia, na manhã desta
quarta-feira (8). O que se vê é o quadro de completo abandono da área, que está
isolada por um muro da outra área onde se localiza a administração da empresa.
O ‘esqueleto de prédio’ é formado de estrutura metálica e de placas de concreto
(forro). Os vãos são abertos, sem paredes, o que pode facilitar a ocorrência de
acidentes fatais, em caso de descuidos. Todo o entorno existe uma pista e toda
a área está tomada pelo matagal. A entrada livre pode ser feita em qualquer
ponto do alambrado, que está destruído.
Além disso, a
portaria, que dá acesso à Avenida Jerônimo de Albuquerque, nas proximidades no
Elevado da Cohama, está completamente destruída e sem os portões. O local
também pode servir de esconderijo para assaltantes que agem nas proximidades do Elevado durante a
noite. Enfim, qualquer um entra e sai do local a qualquer hora do dia ou da
noite, pois não existe nenhum tipo de vigilância.
A jovem Rafaella,
residente no bairro Cidade Olímpica, em São Luís, não foi a primeira vítima
desse prédio abandonado. O fotógrafo Israel Alves, em um de seus trabalhos no
local, perdeu o equilíbrio, caiu e terminou morrendo.
Quantos ainda
morrerão no local para que as autoridades públicas adotem medidas enérgicas
contra o(a) proprietário(a) dessa área? Por estar no mais completo abandono há
quase 20 anos, a área poderia ser alvo de desapropriação.
Com a palavra,
o poder público e a empresa de telefonia Oi.
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