Cunha põe
Temer em reunião sobre cargos do PMDB na Petrobrás
Peemedebista
afirmou ao juiz Sérgio Moro que presidente da República se
"equivocou" ao negar em depoimento ter participado de encontro com
bancada do PMDB, em 2007, quando foi votada CPMF, para remediar revolta com
indicações do PT na estatal
Ricardo Brandt, Beatriz Bulla, Valmar Hupsel Filho e
Mateus Coutinho
O Estado de São Paulo
O
ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) afirmou nesta terça-feira, 7,
em depoimento ao juiz federal Sérgio Moro – dos processos da Operação Lava Jato,
em Curitiba -, que o presidente Michel Temer participou, em 2007, de uma
reunião com a bancada do PMDB para discutir as indicações do partido para
diretorias da Petrobrás.
“Essa reunião
era justamente pelo desconforto que existia com as nomeações do PT de Graça
Foster para a Diretoria de Gás e José Eduardo Dutra para a presidência da BR
Distribuidora terem sido feitas sem as nomeações do PMDB”, afirmou Cunha,
interrogado pela primeira vez por Moro como réu da Lava Jato.
Temer depôs,
por escrito a Moro, como testemunha de defesa do peemedebista, preso desde
outubro de 2016. Em suas informações, porém, o presidente declarou que “não
houve essa reunião”, citada na denúncia da força-tarefa da Lava Jato contra
Eduardo Cunha.
“Fui
comunicado (sobre a reunião), tanto eu como Fernando Diniz, na época, pelo
próprio Michel Temer e pelo Henrique Alves (ex-ministro e aliado muito próximo
de Temer). O Michel Temer esteve nessa reunião junto com Walfrido Mares Guias.”
O
ex-presidente da Câmara explicou que “houve uma revolta da bancada do PMDB na
votação do CPMF”. Temer era o presidente nacional do PMDB, na ocasião.
“Nesse dia,
eles chamaram, Michel e Henrique Alves chamaram para essa reunião, para acalmar
a bancada, e a bancada acabou votando em seguida a CPMF.”
Cunha disse a
Moro que “a resposta do presidente Michel Temer nas perguntas está equivocada”.
“Ele (Temer)
participou sim da reunião e foi ele que comunicou a todos nós o que tinha
acontecido na reunião, porque não era só o cargo da Petrobrás, era outras
várias discussões que aconteciam no PMDB.”
Cunha declarou
que havia um hábito semanal de reuniões dele com Temer e outros coordenadores
do PMDB para “debater e combinar toda situação política”.
“Tudo era
reportado, sabíamos de tudo e de todos.”
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