O pesadelo de Roseana Sarney tem nome: João Pacífico, um dos operadores de propinas da Odebrecht.
A Revista Veja desta semana informa que
o executivo da Odebrecht, João Pacífico, operador da propina distribuída a
políticos da região Nordeste, teria citado em sua delação a ex-governadora
Roseana Sarney (PMDB).
De acordo com a coluna ‘Radar’, ex e
atuais governadores do Nordeste, do Norte e do Centro-Oeste estão apreensivos
com as revelações de Pacífico.
“Quem assistiu ao depoimento diz que
Roseana Sarney, Marconi Perilo e até o falecido Eduardo Campos saem mal”,
ressalta a nota.
A ex-governadora Roseana Sarney e o
ex-senador José Sarney aparecem nas planilhas da Odebrecht que listam pagamento
de propina, segundo publicação do site Congresso em Foco.
Sarney é descrito na lista pelo codinome
“escritor”. A empresa é acusada de pagar propina para políticos e funcionários
da Petrobras.
As planilhas foram apreendidas em
fevereiro do ano passado com o então presidente da Odebrecht Infraestrutura,
Benedicto Barbosa Silva Júnior, no Rio de Janeiro, durante a fase Acarajé da
Lava Jato.
Os papéis, entre os quais cópias de
planilhas com várias anotações a mão, atribuem doações eleitorais a centenas de
políticos, entre os quais Roseana e José Sarney.
A atuação de João Antônio Pacífico
Ferreira
Diretor superintendente para as áreas
Norte, Nordeste e Centro-Oeste da construtora, ele deve ter revelado detalhes de
como atuava junto aos políticos para viabilizar obras nessas regiões. Foi
citado pelo delator Melo como a pessoa que aprovou pagamentos no valor de
500.000 reais ao presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL), que apareceria
em planilhas da construtora com o codinome "justiça".
Segundo o mesmo executivo, Pacífico
teria afirmado para ele que tinha interesse na obra do Canal do Sertão
Alagoano, uma espécie de minitransposição do rio São Francisco. "Depois eu
fui informado que haviam sido doados 1,2 milhão de reais a título de
campanha", afirmou o delator. A obra do canal é feita pelo Governo do
Estado, em parceria com o Governo federal, por meio do Programa de Aceleração
ao Crescimento (PAC).
A Odebrecht é responsável pelo quarto
trecho da obra, ainda em construção, que foi, ao lado de outros trechos,
questionado por indícios de sobrepreço pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
A ordem de serviço deste trecho foi emitida em junho de 2013, na gestão do
tucano Teotônio Vilela Filho.
João Pacífico, como é conhecido, também deve ter esclarecido se a construtora pagou propina para realizar as obras do
projeto de irrigação Tabuleiros Litorâneos de Parnaíba, no Piauí, executada
pela construtora em um consórcio com a Queiroz Galvão.
A obra já havia sido apontada em uma
lista de obras sob suspeita da Polícia Federal, em setembro deste ano. Na
delação de Melo, ele afirma que houve um acerto de pagamento de 3% dos valores
repassados para a obra pelo Ministro da Integração, que em 2008, época dos
fatos, era Geddel Vieira Lima, que deixou o Governo de Michel Temer por ter seu
nome envolvido em outra denúncia.
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