segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

JARBAS VASCONCELOS REAFIRMA CRÍTICAS FEITAS AO PMDB

Adriana Vasconcelos e Maria Lima - O Globo

BRASÍLIA - O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) afirmou nesta segunda-feira que não retira uma palavra das acusações de corrupção que fez contra o próprio partido na entrevista que deu à revista "Veja" . No entanto, o pernambucano disse que não quer avançar e citar casos concretos de corrupção envolvendo o PMDB.

" Não sou líder, sou um dissidente. Exigir que apresente uma lista de corruptos não é uma tarefa minha, esse debate não é mais meu "

- Abri o debate. Dei uma entrevista que sei que é polêmica, mas não posso comandar esse processo. Não sou líder, sou um dissidente. Eu ofereci uma peça inicial, não retiro uma vírgula que do que disse. Exigir que apresente uma lista de corruptos não é uma tarefa minha, esse debate não é mais meu - disse ele. ( Áudio: Jarbas diz que não teme ser expulso do PMDB )

Temer diz que PMDB não pretende expulsar Jarbas

Em seguida à coletiva de Jarbas, o presidente do PMDB e da Câmara, Michel Temer (SP), falou pela primeira vez desde que a entrevista foi publicada, no sábado. Ele afirmou que o partido não pretende polemizar e que o PMDB não pretende expulsá-lo. Foi o primeiro cacique do partido a falar. Os senadores José Sarney (AP), presidente do Senado, e o líder Renan Calheiros (AL), não se pronunciaram até agora.

" Repudiamos a afirmação que o PMDB é corrupto "

- Repudiamos a afirmação que o PMDB é corrupto. A generalidade das afirmações do senador levou à nota da Executiva. Nós não queremos dar relevo a algo que não tem especificidade. Não há intenção de apenar o senador Jarbas - afirmou Temer, que minimizou também a importância do ex-governador pernambucano:

- No PMDB nós temos sete governadores de peso; 1.200 prefeitos; deputados federais e senadores - retrucou.

Mais cedo, o PMDB divulgara uma nota em que minimizara as declarações.

Políticos do partido fizeram críticas na mesma linha, dizendo que as acusações de Jarbas foram genéricas.

Jarbas reitera apoio a Serra em 2010

Ainda na entrevista coletiva, Jarbas disse que vai lutar por uma reforma no sistema político e reiterou apoio ao governador de São Paulo, José Serra (PSDB), para a sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2010. Mas o senador peemedebista negou que tenha pretensão de ser vice na chapa do governador.

- Não quero ser vice. Não seria porque sou do PMDB e não poderia nem aceitar o convite - argumentou.

" Da última vez que falamos em nome próprio, quase que o (Anthony) Garotinho saiu candidato "

Questionado sobre o argumento do senador Pedro Simon (PMDB-RS) de que o apoio deveria ser dado para um nome do próprio partido, Jarbas alfinetou:

- Da última vez que falamos em nome próprio, quase que o (Anthony) Garotinho saiu candidato - afirmou em referência ao ex-governador do Rio de Janeiro.

Quanto à nota divulgada pela Executiva do PMDB, o senador a considerou "respeitosa" em relação a ele, embora negue que a entrevista seja um mero desabafo.

- Não passa pela minha cabeça que eu posso ser expulso. Estou convicto que vão me respeitar.

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