terça-feira, 26 de outubro de 2010

Caso Bertin: Ameaçado de morte, Pedro Pote participa de audiência no Fórum de Ribamar

Bertin foi assassinado a tiros

Principal testemunha da execução de Raimundo Bartolomeu Aguiar, o Bertin, ex-prefeito de Presidente Vargas, Pedro Pereira de Albuquerque, o Pedro Pote, participou de audiência no Fórum de Ribamar na tarde de ontem, segunda-feira, na condição de testemunha no processo da nova versão para o crime.

De acordo com investigações, o crime teria sido praticado por dois jovens que foram executados recentemente em Ribamar. Outro envolvido seria um ex-policial assassinado no Coroadinho. Pedro Pote continua afirmando que os autores foram três policiais militares lotados em Vargem Grande e Presidente Vargas e que continuam em atividade.

Na opinião do deputado Domingos Dutra, que acompanhou os depoimentos em Ribamar, os jovens mortos em Ribamar nada têm a ver com o assassinato de Bertim. “Acredito que quem inventou essa nova versão esteja tentando livrar a pele dos policiais apontados por Pedro Pote”, disse Dutra.

Na condição de 2º vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, Domingos Dutra afirma que Pedro Pote está sofrendo ameaças de morte por ser a única testemunha viva. “Sugeri que ele entrasse no programa de proteção à testemunhas, mas Pedro Pote não aceita por ter que mudar de cidade ou mesmo adotar nova identidade. Ele só quer garantia de segurança para poder trabalhar normalmente”, afirma Dutra.

Quem também participou da audiência foi o advogado criminalista João Damasceno, advogado da família de Bertim.

Em abril, Pedro Pote disse não conhecer os novos acusados pelo crime


O ex-secretário de Esportes do município de Presidente Vargas Pedro Pereira de Albuquerque, o “Pedro Pote”, foi submetido, em abril, a mais um auto de reconhecimento dos acusados da morte do prefeito Raimundo Bartolomeu Aguiar, o “Bertim”. Apesar do fechamento do inquérito policial – que aponta o cabo da Polícia Militar, Paulo Sérgio dos Santos, e Antônio de Jesus Sousa Gomes, o “Louro”, como participantes no crime –, Pedro Pote manteve sua versão inicial, e afirmou não reconhecer os acusados. O procedimento foi realizado na Delegacia de Homicídios de São Luís, e solicitado pelo promotor de Justiça Antônio Augusto Nepomuceno.

“Eu estava ao lado de Bertim, quando o mataram, e não vou mudar o meu depoimento, independente de qualquer coisa. Nenhum destes homens estava lá. Eu também fui agredido, baleado e arrastado para o mato, mas consegui sobreviver porque me fingi de morto. Como não poderia reconhecer as pessoas que ceifaram a vida do prefeito na minha frente, e tentaram fazer o mesmo comigo? O meu depoimento já está registrado, e é puramente verdadeiro. As pessoas que mataram Bertim e tentaram me matar foram os policiais militares Evangelista, Salgado e Serrão. Eles, sim, deveriam estar aqui”, declarou o ex-secretário municipal.

Caso Bertim

O prefeito Raimundo Bartolomeu Aguiar foi assassinado na noite de 6 de março de 2007, entre os povoados Cigana e Leite, em Itapecuru-Mirim. Acompanhado do então secretário de Esportes, Pedro Pote, teve sua caminhonete S-10 prata fechada por um Gol branco, ocupado por quatro homens. O prefeito foi atingido por tiros e facadas e arrastado para um matagal. Da mesma forma, Pedro Pote também foi alvejado a tiros, e arrastado para uma área de mata. Como sobreviveu, passou a ser a principal testemunha ocular do crime, e ontem, reafirmou a participação dos PMs José Evangelista Duarte Santos, Raimundo Nonato Gomes Salgado e Benedito Manoel Martins Serrão.

Na época do crime, os militares foram denunciados pelo Ministério Público, por meio do promotor Benedito Coroba, e reconhecidos por Pedro Pote como executores, porém, os mesmos continuam soltos.

Completos três anos do caso, ainda em aberto, a família de Bertim continua a acreditar na versão do ex-secretário do prefeito, sem descartar a possibilidade da participação de Paulo Sérgio e Louro nas duas primeiras tentativas frustradas de execução, e a intervenção de interesses políticos no andamento das investigações. “O caso só está enrolado porque, se os verdadeiros culpados forem presos, muitos políticos de renome vão ser descobertos”, declarou o irmão de Bertim, Francisco dos Santos Aguiar, 41 anos.


5 comentários:

  1. É inacreditável ainda saber que os verdadeiros assassinos foram soltos... será proteção por alguma parte superior?
    Uma morte com requintes de crueldade e uma vítima que também quase morreu...muito bárbaro!
    O que se assiste: é o aumento da criminalidade e a certeza da impunidade
    Como diria o Renato Russo: que país é este? Os assassinos estão soltos...

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  2. Se Antonio Louro e o cabo da policia militar não estão envolvidos porque eles deram com riqueza de detalhes como eles assasinaram o prefeito? É dificil uma pessoa jogar para se mesmo sem ter nada haver com o caso.

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    1. Eles são os verdadeiros assassinos. Os policiais são inocentes e até hoje sofrem. Com tanta injustiça

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  3. na minha opinião os suspeitos da primeira versão,são concerteza enocentes,e tá na cara que esse secretário está inventando toda essa história,vo6 já param para pesar se o sgt evangelista,o soldado salgado,e o serrão,forem realmente enocentes,a enjustiça que vo6 estão cometendo com a família deles. pese nisso.

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  4. Esse secretário vaí pagar caro!
    Com Deus não se brinca.

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