Rádio Voz do Maranhão

sábado, 30 de outubro de 2010

MUDAM-SE GOVERNOS E A MISÉRIA CONTINUA

Gilberto Lima

O pobre é o alvo preferencial de todos os políticos em campanhas eleitorais. Todos eles colocam em seus programas a diminuição da pobreza como prioridade. A garantia de manutenção de programas assistencialistas pode render milhões de votos que asseguram a vitória de muitos. Passado o período de cassa a votos, o que se vê é a miséria se alastrando por todo o país.
O cenário nas grandes capitais é, cada vez mais, desolador. Mendigos se acumulam aos montes pelas calçadas. Tudo aos olhos de muitos políticos que sempre defenderam a diminuição da pobreza. As drogas, como o crack, corroem vidas humanas em cada esquina, em cada beco, em cada buraco de um viaduto. Será que só os políticos não enxergam essa realidade?

Sou descrente naqueles que pregam uma coisa e praticam outra totalmente diferente. Por que não existe dinheiro para criação de grandes centros especializados na recuperação de quem foi empurrado para o fundo do poço pelas drogas? Por que nossas crianças e jovens pobres continuam se prostituindo para garantir o sustento de famílias? Será que governos não dispõem de verbas para construir centros especializados com educação em tempo integral, oferecendo cursos profissionalizantes para essa juventude pobre e desvalida?

A violência urbana toma contas das grandes cidades e os governos pouco fazem para cortar o mal pela raiz. O tráfico de drogas é o impulsionador da maioria dos crimes. Não adianta prender só o vendedor da esquina. É preciso tirar de circulação os fornecedores da droga. Louve-se a iniciativa do governo do Rio em implantar unidades da polícia pacificadora em diversos morros. Mas, aliado a isso, o Estado tem que se fazer presente com  ações eficazes que garantam melhores condições de vida aos moradores dessas áreas. O que se vê são traficantes mudando de região ou implantando o terror em vias públicas, afrontando o poder da polícia.

Infelizmente, o que vemos são governos que oferecem migalhas aos pobres, como os bolsas da vida, sem oferecer oportunidades de o cidadão buscar sua própria independência financeira.

Outro cancro que toma contas de governos inteiros é a corrupção desenfreada. É crescente o desvio de recursos públicos em todos os setores. A principal modalidade é o superfaturamento de obras públicas, como tem sido constatado em diversas operações realizadas pela Polícia Federal. Há necessidade de se aperfeiçoar os aparelhos de controle para evitar esse tipo de prática, além de mandar para a cadeia quem roubar dinheiro público. Deveria ser crime hediondo.


Infelizmente, a impunidade ainda continua prevalecendo e beneficiando aos envolvidos em crimes do colarinho branco. Poucos foram os envolvidos em desvio de recursos públicos que chegaram a devolver algum centavo ao erário. Muitos dos envolvidos em escândalos de corrupção acabaram de se reeleger, conseguindo imunidade parlamentar. Poucos foram os abrangidos pela Lei da Ficha Limpa.

Não podemos vislumbrar melhores dias para a maioria da população pobre enquanto corruptos continuarem mandando e desmandando no país, aumentando suas fortunas e patrimônio com dinheiro público. 

Para acalmar a massa pobre, restam as migalhas dos chamados programas sociais. E assim caminha o Brasil, desde os tempos de Cabral e sua troupe.

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