terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

CASO NENZIM: MAIS UMA VITÓRIA DO CRIME ORGANIZADO

Gilberto Lima


Tenho dito que as operações da PF contra administrações municipais não intimidam aos que se apropriam de recursos públicos. Temos mais um exemplo para o rol dos crimes que ficarão na impunidade: a liberdade para todos os integrantes da quadrilha chefiada pelo prefeito de Barra do Corda Manoel Mariano de Souza (o Nenzim).

De que adiantou a operação Astiages que desbaratou essa quadrilha acusada do desvio de aproximadamente R$ 50 milhões dos cofres da Prefeitura? Apenas para mostrar à sociedade que a PF está cumprindo seu papel.

Onde está o problema? Com certeza, na benevolência de nossas leis que dão muita guarida a quem comete crimes do colarinho branco.
É incrível como os envolvidos nesse tipo de crime conseguem habeas corpus com extrema facilidade. O trabalho fica facilitado quando se contrata advogados renomados a peso de ouro. Como militam nessa área há bastante tempo, esses profissionais sabem os ´caminhos´ mais fáceis para se conseguir a liberdade dos presos nessas operações. De onde vem o dinheiro para se pagar esses advogados caríssimos?

Sempre que me deparo com essa impunidade, lembro-me da célebre declaração do hoje senador João Alberto, por ocasião da CPI do Crime Organizado: “É difícil o combate ao crime organizado, pois ele está enraizado em todos os poderes”.

A cada habeas corpus emitido com tanta rapidez, principalmente em final de semana, chego à conclusão de que João Alberto está coberto de razão.

O pior de tudo é permitir o retorno dessa quadrilha ao comando do município. Se está comprovada a apropriação indevida de recursos federais, por que a Justiça não aproeita para vetar o retorno do prefeito à Prefeitura?

Até quando vamos continuar vendo mofar em cadeias somente aqueles desprovidos de algum poder?

O maior crime que se pratica hoje no país é o de desvio de recursos públicos, pois condena a maioria da população à miséria. São recursos que faltam aos investimentos em saúde e educação, principalmente.

O prefeito Nenzim e sua quadrilha só perderam R$ 5 milhões em bens apreendidos, o que representa apenas 10% do que foi desviado dos cofres da prefeitura. A quadrilha ainda está ´lucrando´R$ 45 milhões. A coisa vai ficar por isso mesmo?

E viva a impunidade! 

Nenhum comentário:

Postar um comentário