terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

DA FOLHA ONLINE: JOSÉ SARNEY É REELEITO PRESIDENTE DO SENADO

GABRIELA GUERREIRO/DE BRASÍLIA

O senador José Sarney (PMDB-AP) foi reeleito nesta terça-feira para a Presidência do Senado, cargo que vai ocupar pela quarta vez. Na presença dos 81 senadores, o peemedebista foi eleito por 70 votos contra oito recebidos pelo senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), único adversário de Sarney na disputa. Um senador votou nulo e dois senadores em branco.

Apesar de Sarney ter o apoio de todos os partidos, inclusive os de oposição, o PSOL decidiu lançar candidato próprio como forma de protesto ao nome do peemedebista - pivô do escândalo dos "atos secretos" que levou a Casa a entrar numa crise ética em 2009. A bancada do PSOL tem apenas dois senadores, mas Randolfe conquistou o apoio de oito parlamentares.

A votação foi secreta, em cédulas de papel, como previsto pelo regimento do Senado quando há mais de um candidato na disputa. Randolfe discursou com a promessa de implementar uma "limpeza ética" no Senado caso eleito. Sarney optou pelo silêncio, sem discursar aos colegas. Mas cumprimentou o adversário ao final do seu pronunciamento.

A escolha de Sarney pelo PMDB foi uma estratégia para garantir a permanência da sigla no comando do Senado, uma vez que o nome do peemedebista é considerado como de "consenso" entre os senadores, inclusive os da oposição. Pela tradição da Casa, a maior bancada eleita indica o presidente --prerrogativa que este ano cabia ao PMDB.

O Senado volta a se reunir mais tarde para eleger os demais cargos da Mesa Diretora. O PT decidiu indicar a senadora Marta Suplicy (PT-SP) para a primeira vice-presidência da Casa. A petista venceu a disputa interna do partido com José Pimentel (PT-CE) para ficar por um ano no cargo. Em 2013, Pimentel assume suas funções.

ATOS SECRETOS

Em 2009, Sarney enfrentou uma avalanche de denúncias no Senado. Ao lado dos ex-diretores da Casa Agaciel Maia e João Carlos Zoghbi, o peemedebista foi acusado de nomear parentes por meio de atos não publicados pela instituição.

O Senado registrou mais de 300 atos secretos, o que resultou em 11 pedidos de cassação do mandato de Sarney --todos arquivados pelo Conselho de Ética. Ele respondeu às denúncias na presidência, sem se afastar do cargo. Se for reeleito, Sarney vai ocupar a presidência do Senado pela quarta vez-- as anteriores foram em 1995, 2003 e 2009.

Ex-presidente da República e ex-governador do Maranhão, Sarney nasceu no Maranhão em abril de 1930. Foi senador, deputado e o primeiro presidente a assumir o governo federal depois da ditadura militar (embora não tenha sido eleito pelo voto direto). É atualmente o político mais antigo ainda em atividade no Congresso Nacional. O peemedebista é membro da Academia Brasileira de Letras e pai da governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), do deputado federal Sarney Filho (PV-MA) e do empresário Fernando Sarney.

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