quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Refém do “esquema” que o elegeu, Arnaldo Melo entrega a comunicação da Assembleia a Dulce Brito

Depois da repercussão negativa em torno do nome de Zeca Pinheiro para a comunicação da Assembleia, devido à sua ficha corrida do período em que comandou Secom do Estado, o “esquema” resolveu indicar outro nome de confiança.


O deputado Arnaldo Melo não suportou a pressão desse “esquema” que derrubou a candidatura de Ricardo Murad, e terminou entregando a diretoria de à publicitária Dulce Brito. A profissional é da estrita confiança do comando do sistema Mirante, onde já atuou como repórter e apresentadora. Nos últimos anos, era a comandante do Marafolia. Afastou-se para iniciar carreira-solo, depois de ser investigada pela PF.

O blog do John Cutrim trás hoje as seguintes informações sobre as investigações da PF:

Em seu relatório, o Ministério Público Federal descreveu: “o empreendimento Marafolia foi constituído com a ocultação dos verdadeiros sócios [Fernando Sarney e Teresa Murad Sarney] e teve a interposição de ‘laranjas’, quais sejam: Dulce Marieta Britto Freire, Roberto Wagner Gurgel Dantas, Walfredo Dantas de Araújo e Thucydides Barbosa Frota”. O MPF apurou que, com exceção de Thucydides Frota, os outros “sócios” do Marafolia não possuem patrimônio nem condições financeiras compatíveis com a dimensão e os lucros do empreendimento.

Além de figurarem como sócios em lugar dos verdadeiros gestores (Fernando e Teresa), os “laranjas” do Marafolia também “emprestavam” suas contas para a realização de operações financeiras para o grupo. “Foi possível verificar grande quantidade de operações bancárias (saques e depósitos) realizadas em espécie, fato que demonstra claramente o intuito de se evitar a identificação das pessoas que realmente administram as finanças do empreendimento”, relatou o MPF.

Nessa área de “entretenimento”, a empresa Clube Jamaica Brasileira, localizado no retorno da Forquilha, cuja “proprietária visível” é Dulce Britto, também despertou suspeitas do MPF. Entre 2005 e 2006, o clube movimentou quantia superior a R$ 4 milhões, apesar de funcionar esporadicamente e cobrar ingressos a preços módicos, uma vez que é frequentado pela parcela mais carente da população de São Luís. “Não é demasiado inferir que é possível que tal empresa [Clube Jamaica Brasileira] também tenha sido utilizada pelo grupo para movimentar legalmente valores espúrios”, deduziu o MPF.

Os delegados da Polícia Federal Márcio Adriano Anselmo e Thiago Monjardim Santos em função disso pediram a prisão de Fernando Sarney, apontado como chefe de uma ORCRIM (organização criminosa) acusado de crimes contra o sistema financeiro nacional, contra a administração pública, falsidade ideológica, fraude em licitação, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e evasão de divisa. Os dois pediram também a prisão temporária para Dulce Marieta Britto Freire (ex-coordenadora de eventos da Mirante, sócia “laranja” do empreendimento Marafolia e do Clube de Reggae Jamaica Brasileira, localizado na Cohab/Anil).

Segundo informações, o que está em jogo são os R$ 6 milhões anuais da conta publicitária do Poder Legislativo.

Essa manobra para indicar Dulce Brito mostra que o presidente Arnaldo Melo não terá o controle da situação na comunicação. Apenas assinará o que for determinado por aqueles que ajudaram a desbancar Ricardo Murad.

Estaremos de olho!

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