Só os “sócios da bandalheira e da corrupção” defendem Bia Venâncio

Gilberto Lima

Jornalista e radialista/Editor do Blog

Ao tentar afagar o ego da prefeita de Paço do Lumiar, Bia Venâncio, o jornalista Marcos D´Eça (aqui)  diz que ela vem sendo vítima de um perseguição sistemática dos “sócios do poder”. Quero usar o mesmo termo para me referir àqueles que estão vibrando com a decisão do desembargador Paulo Velten, que determinou o retorno da prefeita afastada ao cargo.

Será que aqueles que a defendem também não são “sócios do poder”? Ou estão querendo passar a essa condição, com esse retorno de Bia ao comando da Prefeitura?

Na empolgação, e sem medir conseqüências, o nobre jornalista afirma que “usar tribunais, polícia, Justiça e até a imprensa para defenestrá-la é golpe”. Quer dizer, então, que todos os prefeitos e gestores públicos, afastados pelos mesmos crimes, foram vítimas de golpes? Na mesma linha de raciocínio do jornalista convém, ainda, perguntar: o ex-governador Jackson Lago também fora vítima de “sócios do poder” e de golpe? Com um atenuante: o ex-governador não foi cassado por crime de improbidade administrativa, mas por campanha eleitoral fora de época.

Acredito que “sócios do poder” são aqueles que vivem nababescamente mamando nas tetas de diversos poderes e órgãos públicos. Inclusive, jornalistas, que, em muitos casos, alugam suas penas para defender interesses escusos. Muitos chegam a se comportar como verdadeiros porta-vozes de larápios do erário público. Com que interesse?

Acredito que seria importante apontar os nomes dos golpistas que estão na imprensa trabalhando para defenestrar a prefeita Venâncio. Será que é golpista quem luta pela moralidade administrativa, pelo fim da roubalheira do dinheiro da educação, saúde e de convênios federais? Será que é golpista quem denuncia a formação de quadrilha para fraudar licitações públicas? Será que é golpista quem denuncia o desvio de dinheiro através de obras superfaturadas?

Muitos dos que saem em defesa desses maus gestores públicos pretendem ser “sócios da bandalheira e da corrupção”. Esse é um comportamento de gente covarde e criminosa.

Em tempo: a decisão de retornar Bia Venâncio ao cargo é temporária, como diz Paulo Velten: “...com o imediato retorno da Agravante ao cargo para o qual foi eleita, até o julgamento definitivo deste Recurso pela Colenda Câmara”.