Diogo Alcântara
Jornal do Brasil
Após ter prometido um
"nocaute" com novas provas que denunciariam um esquema de corrupção
no Ministério Público, o policial militar e principal delator do caso, João
Dias Ferreira, chegou na manhã desta segunda-feira à Superintendência da Polícia
Federal, em Brasília, com 13 arquivos de áudio que comprovariam as acusações.
Entre eles estaria a gravação de um reunião da qual teria participado quatro
secretários da pasta. "As provas estão se materializando", disse ele
ao chegar ao prédio.
Além dos áudios, Ferreira afirma ter
trazido cópias de documentos que teriam sido forjados na época da operação
Shaolin, na qual ele mesmo responde inquérito. No entanto, nenhuma das provas
apontaria para uma possível participação direta do ministro Orlando Silva no
suposto esquema. A ação policial Ele lideraria um grupo que desviou cerca de R$
3 milhões de verbas da pasta por meio de entidades sociais conveniadas com o
Programa Segundo Tempo.
As
acusações contra Orlando Silva
Reportagem da revista Veja de outubro
afirmou que o ministro do Esporte, Orlando Silva (PCdoB), lideraria um esquema
de corrupção na pasta que pode ter desviado mais de R$ 40 milhões em oito anos.
Segundo o delator, o policial militar e militante do partido João Dias
Ferreira, organizações não-governamentais (ONGs) recebiam verbas mediante o
pagamento de uma taxa que podia chegar a 20% do valor dos convênios. Orlando
teria recebido, dentro da garagem do ministério, uma caixa de papelão cheia de
cédulas de R$ 50 e R$ 100 provenientes dos desvios que envolveriam o programa
Segundo Tempo - iniciativa de promoção de práticas esportivas voltada a jovens
expostos a riscos sociais.
João Dias Ferreira foi um dos cinco
presos no ano passado pela polícia de Brasília sob acusação de participar dos
desvios. Investigações passadas apontavam diversos membros do PCdoB como
protagonistas das irregularidades, na época da Operação Shaolin, mas é a
primeira vez que o nome do ministro é mencionado por um dos suspeitos.
Ferreira, por meio da Associação João Dias de Kung Fu e da Federação
Brasiliense de Kung Fu, firmou dois convênios, em 2005 e 2006, com o Ministério
do Esporte.
O ministro nega as acusações e afirmou
não haver provas contra ele, atribuindo as denúncias a um processo que corre na
Justiça. Segundo ele, o ministério exige judicialmente a devolução do dinheiro
repassado aos convênios firmados com Ferreira. Ainda conforme Orlando, os
convênios vigentes vão expirar em 2012 e não serão renovados.
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