terça-feira, 29 de maio de 2012

CPI aprova quebra de sigilos da Delta em todo o país


DO VALOR
DE SÃO PAULO

A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investiga as relações do empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com autoridades e empresas aprovou nesta terça-feira a quebra do sigilo bancário, fiscal e telefônico da construtora Delta em todo o país.

Antes, a CPI havia aprovado a quebra dos sigilos apenas nos Estados da região Centro-Oeste, poupando a investigação sobre a empresa em outros Estados e sobre o presidente licenciado da construtora, Fernando Cavendish.

A Delta é suspeita de envolvimento em organização criminosa comandada por Cachoeira. A empresa é a que mais recebeu verbas do Orçamento do Executivo federal desde 2007.

Um dos autores do requerimento, o deputado Rubens Bueno (PPS-PR), afirmou por meio de nota que, a partir dessa medida, a CPI poderá investigar a fundo a Delta, "não apenas no Centro-Oeste, como a comissão havia aprovado anteriormente, mas onde ela estiver".

Para Bueno, as contas da Delta estão todas contaminadas pelo esquema do contraventor Carlos Cachoeira. "É imprescindível abrir a caixa-preta da Delta nacional para que a CPMI consiga avançar nas suas investigações", afirmou.

Na votação, o PT e o PMDB racharam. Petistas apoiaram a votação, enquanto o PMDB foi contra. O deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) também acompanhou o PMDB e deu voto contrário.

No último dia 18, o petista foi flagrado enviando mensagem de texto ao governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), sugerindo suposta blindagem na comissão. Cabral é amigo de Cavendish e está sob suspeita por conta das suas relações com o empresário.

GOVERNADORES

A reunião da CPI, no entanto, foi encerrada antes de os parlamentares votarem pedidos de convocação dos governadores de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), do Distrito Federal, Agnelo Queiróz (PT) e do próprio Cabral.

O PT tentava aprovar na CPI a quebra do sigilo telefônico e um convite para ouvir Perillo. A Polícia Federal diz que o governo de Goiás foi loteado por Cachoeira e que Perillo vendeu uma casa para o empresário acusado de contravenção. O tucano nega.

Em minoria, a oposição busca o PMDB, que já governou Goiás, para convocar o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT).

A justificativa dos governistas será a de que não há razão, no momento, para ouvir Agnelo ou Cabral .

No Distrito Federal, Cachoeira mantinha contatos com o chefe de gabinete de Agnelo. Já Cabral é amigo de Cavendish e seu governo assinou contratos que alcançam R$ 1,4 bilhão com a empresa.

Também seria votada a convocação de José Dirceu, da presidente da Petrobras, Maria da Graça Foster, e de Olavo Noleto, funcionário do Planalto que foi procurado por um assessor de Cachoeira para negociar apoio de Demóstenes Torres (sem partido-GO) à campanha de Dilma.

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