Rádio Voz do Maranhão

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

NO FUNDO DO POÇO: Rádio Educadora passa por dificuldades financeiras e funcionários não recebem salários há 17 meses


A Rádio Educadora do Maranhão, pertencente à Igreja Católica, passa por uma de suas piores crises financeiras. Todos os funcionários não recebem salários há 17 meses. Para muitos, que não têm outras fontes de renda, a situação é de penúria.

-- Muitos, principalmente apresentadores e repórteres, têm assessorias em órgãos públicos e não sentem muito por esse atraso. No entanto, tem outros funcionários, como técnicos e administrativos, que não têm de onde tirar para garantir  o sustento da família. Alguns ficam felizes quando recebem uma cesta básica de alguém -- disse um funcionário que preferiu não ter seu nome revelado.

Pelas informações, a direção da emissora já teria buscado uma solução junto ao Arcebispo de São Luís, Dom Belisário da Silva, mas ele afirmara que não tem como ajudar, financeiramente, a emissora.

-- Se a Arquidiocese não tem condições de ajudar, como vai ficar a situação? Será que vão ter que vender a emissora para pagar as dívidas? – indaga o funcionário.

Essa complicação financeira teria sido provocada pelo atraso nos pagamentos de propaganda institucional por parte do Governo do Estado e da Prefeitura de São Luís, os maiores patrocinadores de veículos de comunicação.

Para o funcionário contatado pelo blog, a solução seria entregar a gestão a Rádio Educadora a um grupo de empresários ou mesmo procurar um acordo com o prefeito Edivaldo Holanda Júnior para que pague  tudo o que Prefeitura de São Luís deve à Prefeitura.

-- Sem a ajuda do poder público, não sei se a direção da emissora encontrará uma solução milagrosa para essa crise financeira. Até quando vamos ter condições de esperar por melhores dias para a rádio? Já estamos no limite de nossas forças! – finaliza o funcionário contatado pelo blog.

Meu Comentário:

Rogo a Deus para que os dirigentes da Rádio Educadora encontrem uma solução urgente para essa crise financeira. A Educadora tem uma larga folha de serviços prestados ao povo maranhense e não merece o tratamento que a própria cúpula da Igreja Católica dispensa à emissora. Tem sido instrumento na formação do cidadão, de promoção da cidadania, contribuindo para o formação de uma consciência crítica. 

No radiojornalismo, a Educadora já viveu tempos memoráveis, como na cobertura da CPI do Crime Organizado no Maranhão, na década de 1990, feito que serviu para fortalecer, ainda mais, o rádio AM no Estado.

A situação financeira da emissora do clero só chegou a esse ponto por causa de administrações desastrosas, principalmente a atual, que não teve habilidade suficiente para buscar solução para os problemas, antes que se avolumassem. Somente uma intervenção séria de própria Igreja poderá ajudar a emissora a sair desse crise.

Outra alternativa é deflagrar uma campanha de ajuda junto aos católicos de todas as paróquias para que façam depósitos de valores na conta da emissora. Tenho a certeza que essa campanha, coordenada pelos párocos, poderia render um bom dinheiro, o que ajudaria a amenizar o sofrimento dos trabalhadores.

Teço esse comentário na condição de um profissional que passou bons momentos à frente de programas jornalísticos na Educadora, o que ajudou na constituição de uma marca como um  profissional engajado na defesa dos menos favorecidos.

Afinal, a quem interessa o enfraquecimento e possível silêncio da Educadora?


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