terça-feira, 4 de dezembro de 2012

PMs presos no Rio recebiam propina de R$ 5 mil por plantão

do Jornal do Brasil

Os policiais militares que foram presos em uma operação nesta terça-feira em Duque de Caxias (RJ) recebiam, de acordo com a investigação, cerca de R$ 5 mil a cada plantão para não coibir atividades criminosas na favela Vai Quem Quer, no mesmo município.


Além de 60 PMs, 11 traficantes foram detidos pela força-tarefa formada pela Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública (Ssinte), pela Polícia Federal, pela Coordenadoria de Inteligência da Polícia Militar (CI/PMERJ) e pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Até o meio da tarde, cinco policiais e sete traficantes ainda não haviam sido capturados. A operação continuaria até o fim do dia.

A operação, que mobilizou cerca de mil agentes, é resultado de um ano de investigações conjuntas e cumpre 83 mandados de prisão - 65 contra policiais militares, de nove batalhões, e outros 18 mandados contra civis. Entre os traficantes detidos, cinco já estavam presos no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu.

"O policial militar tem que ter a certeza de que acabou. Nós não aceitamos mais ser humilhados por desvios de conduta", afirmou comandante geral da Polícia Militar, coronel Erir Ribeiro Costa Filho. Segundo o coronel, todos os 65 policiais acusados serão expulsos da PM em no máximo 30 dias. O secretário estadual de segurança, José Mariano Beltrame, elogiou a integração das policiais. Para ele, "não há instituição do serviço público capaz de mostrar legitimidade se não cortar da própria carne".

Os policiais - à época lotados no 15º BPM, de Duque de Caxias -, recebiam em média R$ 5 mil por plantão dos bandidos para não coibir atividades criminosas na favela Vai Quem Quer, mas também atuavam em outras 12 favelas de Caxias dominadas pela facção Comando Vermelho. O Gaeco denunciou os acusados pelos crimes de formação de quadrilha armada, tráfico de drogas, associação para o tráfico, corrupção ativa, corrupção passiva e extorsão mediante sequestro. Também estão sendo cumpridos 112 mandados de busca e apreensão na casa dos denunciados e em batalhões da PM.

A ação levou à destituição do comandante do 15º BPM, tenente coronel Cláudio Lucas Lima, e todo o seu estafe. Ao todo o batalhão conta com 600 policiais.

O esquema

De acordo com a investigação, quando a propina não era paga em dia, os PMs sequestravam bandidos e seus familiares, apreendiam veículos do tráfico exigindo dinheiro para devolução e realizavam operações oficiais na favela. O principal alvo dos policiais era a favela Vai Quem Quer, mas eles agiam também nas comunidades Beira-Mar, Santuário, Santa Clara, Centenário, Parada Angélica, Jardim Gramacho, Jardim Primavera, Corte Oito, Vila Real, Vila Operário, Parque das Missões e Complexo da Mangueirinha. De acordo com investigações, os policiais militares não tinham um comando único e dividiam-se em 11 células autônomas.

No núcleo do tráfico, Carlos Braz Vitor da Silva, o Paizão ou Fiote, é considerado o chefe do Comando Vermelho nas favelas de Duque de Caxias e, de acordo com investigações, mesmo preso na Penitenciária Vicente Piragibe, no Complexo de Bangu, mantém frequentes contatos telefônicos com seus subordinados e continua dando ordens e recebendo informações detalhadas sobre a rotina do tráfico nas favelas, decidindo inclusive sobre os valores a serem pagos aos policiais.

A denúncia relata que um dos seus homens de confiança é Willian da Silva, conhecido como Cabeça, elemento de ligação entre a quadrilha e os policiais militares da região, sendo o responsável pelo pagamento das propinas e também da negociação do resgate de homens do bando sequestrados por policiais, assim como a liberação dos carros apreendidos ilegalmente. A quadrilha de Fiote, além de manter parceria com o tráfico de drogas no Complexo do Lins, Parque União e Favela Nova Holanda, que também estão sendo alvo da Operação Purificação, estendeu seus domínios para fora do Estado do Rio, estabelecendo relações com traficantes do Mato Grosso do Sul, de onde vem parte das drogas vendidas nas favelas de Duque de Caxias.

2 comentários:

  1. é lamentável coisas como essa que vem acontecendo aqui no rio de janeiro,pois tantas e tantas famílias humildes que vivem a merce do crime organizado que depende de policias para serem libertadas e infelizmente não podem contar com eles,pois não se sabe que é quem,é com nossos filhos,(só conhecemos do portão pra dentro, do portão pra fora não conhecemos)e assim é infelizmente nossos policiais,é uma pena.

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    1. SEM PALAVRAS, ESSES PMS NÃO PENSAM NA CARREIRAS DELES, E NEM EM FDAMILIAS MERCE DO TRAFICO , É POR ISSO QUE AS COISAS ACONTECEM NUMA SIMPLICIDADE TREMENDA, UMA OMISSÃO DANADA , MAS EU DIGO A LEI PENAL DEVE SER MUDADA ATÉ PARA DAR AUTO ESTIMA AO POLICIAL QUE VAGABUNDO TEM QUE PAGAR POR PELOS SEUS ATOS

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