Sindicato de policiais civis do estado denuncia situação dos presos ao Ministério Público
Há 2 semanas, ministro da Justiça comparou a redução da violência em Alagoas a "números suíços"
ODILON RIOS
O Globo
Presidiário algemado a motocicleta em delegacia: sindicato classifica situação
de insalubre Sindicato dos Policiais Civis
MACEIÓ — Duas semanas após o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, elogiar, em Alagoas, a execução do plano Brasil Mais Seguro — comparando a redução da violência a “números suíços” — o Sindicato dos Policiais Civis flagrou presos algemados a uma moto e a grade de celas, por falta de espaço, em uma delegacia. Eles denunciaram a situação ao Ministério Público.
As fotos tiradas pelo sindicato mostram acusados em crimes sentados no chão e algemados a uma motocicleta e uma mulher, também algemada, só que na porta da delegacia. O flagrante foi feito neste sábado, na cidade de Palmeira dos Índios, a 136 quilômetros de Maceió.
Outros dois presos estão do lado de fora da cela algemados às grades, à espera de espaço.
“A delegacia Regional de Palmeira dos Índios não apresenta nenhuma condição logística e física para a manutenção de presos, que chegam diariamente de outras localidades, como as cidades alagoanas de Quebrangulo, Tangue D’água, Palmeira dos Índios e Coité de Noia”, diz o sindicato, classificando a situação da delegacia como de “insalubridade”.
“Há lixos amontoados nos recintos da delegacia e armazenamento de água imprópria localizada junto aos materiais apreendidos. Homens e mulheres presos dividem o mesmo espaço físico e o mesmo constrangimento. A fiação elétrica está exposta, denunciando o risco de incêndio, além disso, as mobílias estão velhas e quebradas. O Sindpol constatou que policiais civis, presos e população são postos em uma situação de humilhação e de descaso por parte do Governo do Estado”, afirma a entidade representante dos policiais civis.
Eles levaram o caso ao juiz e ao promotor da cidade.
Segundo a assessoria da Polícia Civil, os presos estavam naquelas condições por falta de espaço para abrigá-los nas celas. Mas, um novo local estava sendo definido para a transferência. O delegado regional Manoel Wanderley disse que os presos foram transferidos para o sistema prisional alagoano.
Pelos dados do Ministério da Justiça, Alagoas é o estado mais violento do Brasil. O Instituto Médico Legal joga restos de corpos no lixo comum e 14% das delegacias estão interditadas.
No fim do mês de dezembro, o ministro José Eduardo Cardozo — ao falar de uma queda de 13% na quantidade de assassinatos com a implantação do plano Brasil Mais Seguro — disse que a redução da violência em Alagoas pode ser classificada como “números suíços”. A declaração causou mal-estar em entidades da sociedade civil do Estado.
São Luís vive corrida armamentista e regresso a autotutela
ResponderExcluirCom o aumento vertical da violência, a qual esta mergulhada a capital maranhense, a população deixou de acreditar nas ações de combate a criminalidade por parte Estado e, esta partindo para o enfrentamento dos meliantes. Populares estão adotando a autotutela para que a ordem social seja mantida. Infelizmente é isso que acontece quando o povo fica renegado à própria sorte...
Em menos de sete dias, cinco eventos chamaram a atenção a essa “nova” e “velha” prática, de “usar as próprias razões” nas soluções de conflitos e na manutenção da ordem.
Na porta do banco, a advogada protagonizou um dos casos. Para proteger sua genitora, recuperar o dinheiro roubado e retirar mais um elemento de circulação, efetuou dois disparos certeiros na caixa craniana do assaltante Auclines Costa, o “Piauí”, e esse jaz...
Antes, porém, tivemos os casos de Rodrigo Tavares Tito, de 19 anos, e Pedro de Oliveira, conhecido como “Loucinha”, que foram linchados por populares na Raposa, mortos a facão e tiro respectivamente. Isso, depois de terem matado o feirante Valdick Carvalho da Silva.
O latrocida Eval Camilo, 26 anos, conhecido como “Miau”, também foi morto por um grupo de homens, que de uma caminhonete branca, efetuaram vários disparos contra o “Miau”, que foi atingido na mão, nas nádegas, no abdômen, na virilha e um no pescoço.
Em outro caso, o cliente de um posto de gasolina também efetuou disparos no abdomem do assaltante Joadson Lima Sousa, que fizera um raspa no dinheiro e nos pertences dos frentistas e de outros clientes, e esse jaz...
Neste inicio de ano estamos assombrados com estes e outros casos, os quais servem de amostra para concluirmos que a população não acredita no aparato estatal, especificamente, na policia, no governo e principalmente na “justiça”.
Percebemos claramente que as pessoas estão se armando e vale tudo para escapar da criminalidade vertical. Quem não tem condição de comprar um 38 ou uma .40, inventa uma cartucheira, espingarda ou até a antiga garrucha.
Só que via secretário, o governo esta tentando “tapar o sol com a peneira”, proibindo aos jornalistas acesso a atuação criminal na Grande Ilha. As informações normalmente fornecidas pelo IML à imprensa agora são proibidas. É uma forma “louca” de combater criminalidade. Ou pelo menos a negativa opinião pública do governo...
O secretário até admitiu e tentou se justifica, veja, “nós não estamos justificando o que está acontecendo no Maranhão, por esses dados nacionais; mas, mostrando que diminuir estas estatísticas é um trabalho difícil no país inteiro e que nós precisamos dar uma resposta e rápida para essas mortes violentas”, disse Mendes.
O pior de tudo é que o governo Roseana Sarney ainda acredita que aumentando o efetivo policial e seu aparato logrará estancar a aumento assombroso da criminalidade. Ao mesmo tempo em que matem a Biblioteca Benedito Leite em eterna reforma, abandona os faróis da educação, e ostenta as piores escolas públicas da federação.
O Estado do Maranhão ainda é o ultimo vagão no trem do desenvolvimento, pelo qual passa o país nos dez últimos anos.
Melhor dizendo, sem educação e sem emprego, infelizmente ainda teremos mais confrontos populares, mais convulsões sociais, autotutela e pessoas morrendo em plena juventude.
http://evandeandrade7.blogspot.com.br