Uma ação do Serviço de Inteligência da Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP), com o apoio da Polícia Civil do Estado de Tocantins, resultou na prisão de mais uma integrante da quadrilha que seqüestrou o menino Pedro Paulo Mendes, o Pedrinho, de 4 anos. O crime ocorreu em Imperatriz, em junho do ano passado. Maria Alves Sandes da Silva, conhecida como Tina ou Cristina, de 31 anos, é a quinta pessoa detida suspeita de envolvimento no sequestro.
Segundo a Polícia, foi ela quem cuidou do garoto durante os 14 dias em que ele permaneceu no cativeiro. Três integrantes foram presos no próprio sítio na cidade de Cicilândia, utilizado para esconder o menino e o líder intelectual, Sebastião Soares, que tem mais de 10 mandados de prisão em aberto no país inteiro, e que já está preso desde janeiro deste ano.
“Tina” foi localizada na madrugada desta terça-feira (27) em um sitio no município de Araguaina (TO). De acordo informações policiais, após o sequestro, ela e o esposo, Geraldo Bueno da Silva, de 30 anos, que também participou da ação, fugiram para o estado do Pará, onde se homiziaram na cidade de São Geraldo do Araguaia.
Prisão
Durante as investigações e troca de informações com a polícia tocantinense, foi descoberto que Geraldo Bueno havia sido assassinado no último dia 24 por conta do tráfico de drogas. A Polícia conseguiu monitorar a suspeita e descobriu que o sepultamento do marido seria realizado na cidade de Araguaina.
De posse das informações, as equipes policiais se deslocaram até o cemitério. No entanto, quando os policiais chegaram ao local, já havia acontecido o sepultamento. Os investigadores conseguiram obter o endereço da foragida na administração do cemitério e se deslocaram ainda noite de ontem (26) à residência. Após receber voz de prisão, ela foi encaminhada para a delegacia daquele município, onde confessou participação no sequestro.
Em depoimento, a suspeita delatou, ainda, que o esposo havia ganho na época a quantia de R$ 20 mil pela participação na trama criminosa. Na manhã desta quarta-feira (27), Maria Alves Sandes da Silva foi recambiada para a cidade de Imperatriz, onde permanecerá detida à disposição da Justiça.
Mais
De acordo com a polícia, o sequestro do menino Pedrinho foi idealizado por Antonio Dagui, ex-funcionário do pai da criança, Jurandir Mellado. Dagui, por anos, trabalhou com a família do sequestrado e conhecia de perto todos os hábitos dos moradores da casa onde vivia o garoto, o que lhe facilitou detalhar aos sequestradores, os passos e o poder aquisitivo de cada um dos familiares de Pedro Paulo. Dagui foi demitido ano passado pelo pai do garoto.
De posse dos dados da rotina da família, Antonio Dagui informou tudo ao líder do bando, Sebastião Soares, de alta periculosidade e com mais de 10 mandados de prisão, sendo procurado no Brasil inteiro. Ele repassou, inclusive, as condições de saúde da criança, que tem rejeição a lactose e também o valor máximo que eles poderiam pagar pelo resgate. A partir daí, a quadrilha se organizou e começou a planejar o seqüestro consumado na manhã de 27 de junho de 2012.
“Essa é uma quadrilha extremamente perigosa e muito bem organizada. Todas as nuances do sequestro revelam isso e basta ver o modus operandi dos mesmos, que só se comunicaram com a família através de mensagens cifradas abandonadas dentro de pequenos frascos em pontos estratégicos de Imperatriz e por meio de chip de memória, onde as mensagens eram gravadas e depois repassadas aos interlocutores”, detalhou, na época, o secretário de Estado de Segurança Pública, Aluisio Mendes. O secretário informou também que, antes do Maranhão, esse tipo de sequestro só foi realizado uma vez no Brasil, no Estado do Paraná.
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