quarta-feira, 19 de junho de 2013

Deputado Simplício Araújo entra com recurso contra aprovação de 'cura gay'

FOLHA DE SÃO PAULO

Dep. Simplício Araújo, vice-líder da Minoria na Câmara
O vice-líder da Minoria na Câmara, o deputado federal Simplício Araújo (PPS-MA), ingressou com recurso contra a aprovação da proposta conhecida como "cura gay".

No recurso ao presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), o parlamentar afirma que o presidente da comissão, o deputado evangélico Marcos Feliciano (PSC-SP), usou de manobra antirregimental ao colocar em votação a proposta, atropelando o regimento.

De acordo com Simplício, a homossexualidade não é uma doença e o que deve ser tratado é a corrupção. "Não é a homossexualidade um dos distúrbios que prejudica a família. O que prejudica a família é a corrupção, a forma como a classe política está se comportando. Este projeto é inconstitucional. Apenas o poder judiciário pode questionar uma decisão de qualquer conselho de qualquer profissão", criticou o deputado.

O projeto, de autoria do deputado João Campos (PSDB-GO), permite aos psicólogos promover tratamento com o objetivo de curar a homossexualidade. O texto foi aprovado em votação simbólica na tarde de ontem na Comissão de Direitos Humanos da Câmara presidida pelo deputado federal evangélico Marco Feliciano (PSC-SP).

A proposta terá que passar ainda por outras duas comissões da Casa: Seguridade Social e Constituição e Justiça. Se aprovada em ambas, segue para o plenário da Câmara.

O deputado também disse que o projeto é uma iniciativa que atende apenas a alguns segmentos da bancada evangélica. "É uma proposta eleitoreira que visa apenas ganhar votos. Vocês estão enganando a comunidade porque estão vendendo algo que não vão entregar. Essa proposta serve de combustível para a reeleição de muita gente aqui. Não existe cura para o que não é doença."

PROJETO

O projeto de decreto legislativo, de autoria do deputado João Campos (PSDB-GO), suspende dois trechos de resolução instituída em 1999 pelo CFP (Conselho Federal de Psicologia). O primeiro trecho sustado afirma que "os psicólogos não colaborarão com eventos e serviços que proponham tratamento e cura das homossexualidades".

A proposta aprovada ontem anula ainda artigo da resolução que determina que "os psicólogos não se pronunciarão, nem participarão de pronunciamentos públicos, nos meios de comunicação de massa, de modo a reforçar os preconceitos sociais existentes em relação aos homossexuais como portadores de qualquer desordem psíquica".

Na justificativa do documento, Campos afirma que o conselho "extrapolou seu poder regulamentar" ao "restringir o trabalho dos profissionais e o direito da pessoa de receber orientação profissional".

A votação é uma vitória da bancada evangélica, que tenta avançar com o projeto há dois anos.

Durante o debate, manifestantes exibiram cartazes com frases contrárias ao texto. "Não há cura para quem não está doente", dizia um deles.

HISTÓRICO


Desde o mês passado, a votação foi adiada ao menos cinco vezes, por diferentes motivos - desde falta de quórum a pedido de vistas de congressista.

O relator do texto na Comissão de Direitos Humanos, deputado Anderson Ferreira (PR-PE), foi favorável ao projeto. "A Psicologia é uma disciplina em constante evolução e tem diversas
correntes teóricas, sendo difícil determinar procedimentos corretos ou não, metodologias
de trabalho apropriadas ou não", afirma o deputado em seu relatório.

"É direito do profissional conduzir sua abordagem conforme a linha de atuação que estudou e prefere adotar. Também constitui direito do paciente buscar aquele tipo de atendimento que satisfaz seus anseios", completa ele.

Para Ferreira, a mudança na resolução do Conselho Federal de Psicologia reforça a "liberdade de exercício da profissão" de psicólogo.

A proposta é rejeitada pelo CFP. No ano passado, a entidade recusou-se a participar de uma audiência pública realizada na Câmara para debater o projeto. O conselho inclusive lançou uma campanha contra a ideia. A OMS (Organização Mundial de Saúde) deixou de considerar a homossexualidade doença em 1993.

POLÊMICA

Desde que assumiu o comando da comissão em fevereiro, o deputado Marco Feliciano enfrenta protestos de ativistas de direitos humanos que o acusam de racismo e homofobia. Ele nega. Uma das críticas dos ativistas é que o deputado beneficiaria os evangélicos na discussão da proposta na comissão.

No mês passado, em seu twitter, Feliciano defendeu a inclusão do projeto na pauta da comissão, afirmando que "não podemos fugir de assuntos como este". O deputado ainda criticou a cobertura da imprensa sobre o assunto.

"A mídia divulga um PL [projeto de lei] como "cura gay" quando na verdade ele não trata sobre isso, até porque homossexualidade não é doença", escreveu na ocasião. "Esse projeto protege o profissional de psicologia quando procurado por alguém com angústia sobre sua sexualidade", disse.

Um comentário:

  1. Acho um desrespeito tratar a homossexualidade como doença. Se um gay quer deixar de ser gay, claro que ele pode deixar, o gay homem ou mulher ambos não nasceram aleijados, o homem tem pênis e a mulher vagina, nada os impede de viver um relacionamento hetero. Gays virando heteros e heteros virando gays, para mim isso não é doença e sim falta de caráter e coragem, vamos parar de ser Felix da novela das oito e mostrar a cara no mundo. É muito fácil ir com a esposa nos encontros sociais, igrejas, enfim, e durante a calada da noite ficar em guetos se pegando com homens, Realmente sou a favor de "Quer deixar de ser gay?" Deixe, mas não fique na covardia, pois pode enganar qualquer um, mas a Deus não podemos enganar. Deus é o único ser que nos conhece interiormente. é fácil passear de mãos dadas com a noivinha e trocar olhadas com o garotão sarado. Eu mudaria essa lei para "Ei quer ser Hetero ou Gay, escolha a sua opção e aguente as consequências".

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