segunda-feira, 15 de julho de 2013

Sem acordo, trabalhadores da Caema decidem continuar em greve



Em nota, o secretário de Saúde, Ricardo Murad, afirma que a empresa não tem condições financeiras de bancar plano de saúde para os pais de funcionários e nem de pagar o 13º tíquete alimentação

De braços cruzados há 27 dias, os trabalhadores da Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão(Caema) decidiram, na manhã desta segunda-feira(15), pela continuidade da paralisação.

Na assembleia geral desta segunda-feira, os trabalhadores rejeitaram os argumentos do Governo do Estado, apresentados em ofício assinado pelo Secretário de Saúde, Ricardo Murad, e encaminhado ao Sindicato dos Urbanitários no último dia 12. No documento consta o posicionamento do governo em relação a algumas reivindicações da categoria.

Sobre a reivindicação de manutenção do 13º tíquete alimentação (extra), Murad afirma que “A Caema não quer retirar o tíquete extra porque ele já não existe desde o Acordo Coletivo 2011-2013 e que o retorno desse benefício vai de encontro à situação econômica financeira crítica por que passa a empresa”.

Os trabalhadores lutam, ainda, para evitar que os pais de funcionários sejam retirados do plano de saúde. Sobre isso, o governo diz que a empresa não suporta aumentar as adesões de pessoas que não sejam dependentes legais, como pais e mães. “Os planos de saúde das empresas de saneamento não contemplam pais e mães de funcionários e a relação média de contrapartida das empresas nos planos de seus funcionários é de apenas 50% e o benefício só pode ser estendido aos seus dependentes legais”, dia a nota.


O Sindicato questiona a grande quantidade de cargos comissionados destinados a pessoas que não são do quadro efetivo da Companhia, além de inúmeros terceirizados. Isso teria aumentado consideravelmente o custo com pessoal. 

Outro ponto de discórdia é quanto à permanência de aposentados no quadro funcional da empresa. O Sindicato luta pela manutenção desses trabalhadores que já estão aposentados. No entanto, a direção da Caema pretende ter autonomia para demiti-los, quando achar necessário. "A Caema reconhece a estabilidade para seus funcionários efetivos, porém não pode fazê-lo quanto aqueles que permaneceram na empresa depois de sua aposentadoria. a permanência desses empregados aposentados será decidida pela empresa em função de sua necessidade, a critério da diretoria", acentua a nota.

“O trabalhador da Caema não pode ser penalizado e culpado pelo caos econômico da empresa. Se demitissem essas pessoas que são do quadro, muitos apadrinhados políticos de alguém, com certeza, a situação financeira seria outra” diz um dirigente do Sindicato dos Urbanitários. Sobre esse posicionamento, o governo afirma que o número de cargos comissionados é atribuição da administração da empresa definir esta questão, mas os trabalhadores poderão opinar sobre este assunto quando da discussão do novo modelo de gestão.

Como não houve acordo, a diretoria da Caema aposta agora no dissídio coletivo para tentar acabar com a greve. “Como não foi possível um acordo, já ajuizamos uma ação de dissídio coletivo. Vamos aguardar a decisão”, disse a diretora financeira Ivana Colvara.
 
Em contato rápido com dirigentes do Sindicato dos Urbanitários, o diretor de operação e manutenção, Cristovam Dervalmar, disse que lamentava a situação, mas que é necessário, diante do impasse, aguardar a decisão sobre o ajuizamento do dissídio coletivo.

Os trabalhadores voltam a realizar mais uma Assembleia Geral na manhã de terça-feira(16), onde decidirão sobre os rumos do movimento, depois desse ajuizamento de ação de dissídio coletivo por parte da Caema.

Confira o teor da Nota encaminhada ao Sindicato dos Urbanitários pelo Secretário de Saúde:








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