O relato de um corretor de imóveis que perdeu um amigo para a violência no fim de semana, em São Luís

Revoltado por ter perdido um amigo para a violência, corretor de imóveis faz desabafo no facebook

PERDI UM AMIGO PARA A VIOLÊNCIA

Renato Lima Chaves de Souza

Renato Chaves lamenta o assassinato do amigo

Todos aqui já devem estar acostumados com a falta de segurança na grande São Luís e no Maranhão todo. Muitas das vezes acompanhamos muitos casos de violência na TV, às vezes nem ligamos por não conhecer a vítima que perdeu a sua vida pra violência. Às vezes nem ligamos para os familiares que perderam seus filhos, irmãos, avós, primos, amigos por não conhecer...

Se a segunda-feira já é ruim, hoje a minha segunda está mais segunda do que nunca. Hoje a minha segunda está uma bosta. Eu por exemplo já vi muitos casos de violência na TV. Já vi muitos casos de violência ao vivo. Vejo sempre a violência no meu dia-a-dia, mas nem sempre eu ligava, por justamente não conhecer a vítima. Mas hoje foi diferente. Hoje está diferente. Hoje o meu sentimento é de tristeza. Hoje estou arrasado.

Magrão. Esse era o apelido dele, era por esse nome que ele era atendido, era por esse nome que ele gostava de ser chamado. Magrão era um homem do bem. Magrão era um pai de família. Magrão era trabalhador. Magrão era um cara "amigo". Magrão era um cara muito engraçado, "palhaço". Magrão era um cara assim, como eu, um apaixonado pelo o futebol. Eu goleiro, ele zagueiro. Era um zagueiro que intimidava os atacantes e dava tranquilidades para os goleiros que no time dele jogavam. Magrão sempre com o sorriso no rosto, às vezes chato. Magrão, também, era um cara apaixonado. Lembro, como se fosse hoje, ele fazendo uma declaração de "AMOR" para a esposa dele em plena praça pública do São Raimundo. Acima de tudo, o Magrão era meu amigo.

Ontem, o Magrão entrou para a estatística da "violência" que ronda São Luís. De apenas mais um morto, como a maioria de pais de família. Magrão estava ontem, domingo, num estabelecimento comercial, comprando alimentos para a sua família, quando entra um sujeito, bandido, vagabundo, meliante... Então é anunciado o assalto. O assalto foi feito, mas não bastava só o assalto ser concretizado. O assalto tinha que ser seguido de morte. O assaltante matou o comerciante e o meu amigo Magrão.

Descanse em paz meu amigo Magrão! Você sempre será lembrando nas nossas mesas de bares. Você sempre será lembrado dentro das quatro linhas dos campos da vida. Você sempre será lembrado como um homem do bem, mas você sempre será lembrado mesmo pelo sorriso, constantemente expressado no rosto.