Rádio Voz do Maranhão

quarta-feira, 9 de julho de 2014

No tropeço diante da Alemanha faltou competência e sobrou despreparo

Gilberto Lima

Um Brasil irreconhecível, apático, sem saber fugir ao cerco adversário. Nem de longe lembrou o time da copa das Confederações. Pediu para apanhar e apanhou feio. O placar de 7 a 1 ficou barato para o péssimo futebol de nossa seleção. Pagou todos os pecados. Méritos para o adversário que deu uma aula de verdadeiro futebol coletivo. Nenhum  jogador resolve sozinho. O resultado positivo é fruto do desempenho coletivo. Foi uma aula de futebol.

Tem culpados? Não. Tem um culpado: o técnico Felipão, teimoso, prepotente e arrogante. Só admitiu os erros depois do caldo derramado. Desde a primeira partida, percebíamos que o Brasil não tinha esquema tático. Jogava em função de Neymar. Era uma aposta no talento individual. Sem conjunto, sem esquema de jogo, seria difícil chegar à final. Sempre encontrou dificuldades para jogar contra uma marcação forte.

Neste jogo contra a Alemanha, o Brasil teve tudo para mostrar que não dependia de Neymar para vencer. Seria o jogo para, finalmente, Fred jogar alguma coisa. Foi um vexame. Chegou a ser vaiado pela torcida. Apenas um chute fraco encima do goleiro da Alemanha. Mesmo com a deficiência de Alex, Felipão decidiu mantê-lo  como titular, indo contra a opinião da imprensa e torcedores.


Antes de a bola rolar, escrevi no facebook uma opinião de como seria o jogo e o que poderia ser feito para o Brasil conseguir chegar à final: “Será que Fred, finalmente, vai jogar? Chega de ficar assistindo ao jogo dentro de campo! Acabou a 'neymardependência'. Para passar pela Alemanha, o Brasil terá que jogar tudo o que não jogou até aqui. Marcação forte na saída de bola. Não deixar espaços no meio e uma defesa compacta. Nada de querer jogar na defensiva, recuado. Que prevaleça a máxima: a melhor defesa é o ataque. A Alemanha é uma das equipes mais técnicas da copa, com padrão de jogo e toque de bola envolvente. Tudo o cuidado é pouco! E que venha a vitória! Nem que seja nos pênaltis!”

Logo depois do jogo, indo na linha do que escrevi, um jogador alemão disse: “ficamos surpresos com a facilidade que encontramos para fazer jogadas. Deixaram muitos espaços”. Ou seja, além de não serem marcados, encontraram um vazio no meio de campo que favoreceu a articulação de jogadas e os gols. Méritos para os alemães que mostraram aplicação tática e determinação. Esse resultado foi fruto de treinamentos sérios e intensos. Ao contrário da seleção brasileira que foi a que menos treinou durante o mundial.

Mesmo que Neymar tivesse jogado, o resultado não seria diferente. O passeio alemão seria o mesmo.

Chorar? Não! Encarar a realidade e reconhecer os méritos de quem foi mais competente e determinado.


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