Gilberto Lima
Um Brasil irreconhecível, apático, sem
saber fugir ao cerco adversário. Nem de longe lembrou o time da copa das
Confederações. Pediu para apanhar e apanhou feio. O placar de 7 a 1 ficou
barato para o péssimo futebol de nossa seleção. Pagou todos os pecados. Méritos
para o adversário que deu uma aula de verdadeiro futebol coletivo. Nenhum jogador resolve sozinho. O resultado positivo
é fruto do desempenho coletivo. Foi uma aula de futebol.
Tem culpados? Não. Tem um culpado: o técnico Felipão, teimoso, prepotente e arrogante. Só admitiu os erros depois do caldo derramado. Desde a primeira partida, percebíamos que o Brasil não tinha
esquema tático. Jogava em função de Neymar. Era uma aposta no talento
individual. Sem conjunto, sem esquema de jogo, seria difícil chegar à final.
Sempre encontrou dificuldades para jogar contra uma marcação forte.
Neste jogo contra a Alemanha, o Brasil
teve tudo para mostrar que não dependia de Neymar para vencer. Seria o jogo
para, finalmente, Fred jogar alguma coisa. Foi um vexame. Chegou a ser vaiado
pela torcida. Apenas um chute fraco encima do goleiro da Alemanha. Mesmo com a
deficiência de Alex, Felipão decidiu mantê-lo
como titular, indo contra a opinião da imprensa e torcedores.
Antes de a bola rolar, escrevi no facebook uma
opinião de como seria o jogo e o que poderia ser feito para o Brasil conseguir
chegar à final: “Será que Fred, finalmente, vai jogar? Chega de ficar assistindo
ao jogo dentro de campo! Acabou a 'neymardependência'. Para passar pela
Alemanha, o Brasil terá que jogar tudo o que não jogou até aqui. Marcação forte
na saída de bola. Não deixar espaços no meio e uma defesa compacta. Nada de
querer jogar na defensiva, recuado. Que prevaleça a máxima: a melhor defesa é o
ataque. A Alemanha é uma das equipes mais técnicas da copa, com padrão de jogo
e toque de bola envolvente. Tudo o cuidado é pouco! E que venha a vitória! Nem
que seja nos pênaltis!”
Logo depois do jogo, indo na linha do
que escrevi, um jogador alemão disse: “ficamos surpresos com a facilidade que
encontramos para fazer jogadas. Deixaram muitos espaços”. Ou seja, além de não
serem marcados, encontraram um vazio no meio de campo que favoreceu a
articulação de jogadas e os gols. Méritos para os alemães que mostraram aplicação
tática e determinação. Esse resultado foi fruto de treinamentos sérios e
intensos. Ao contrário da seleção brasileira que foi a que menos treinou
durante o mundial.
Mesmo que Neymar tivesse jogado, o
resultado não seria diferente. O passeio alemão seria o mesmo.
Chorar? Não! Encarar a realidade e
reconhecer os méritos de quem foi mais competente e determinado.
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