quarta-feira, 2 de julho de 2014

Pedrinhas, o caldeirão sem controle, volta a ferver e mortes mostram descaso do governo

Gilberto Lima

Tenho dito que o governo Roseana continua sem controle do Complexo Penitenciário de Pedrinhas. As facções criminosas ditam as regras, mesmo com a presença de grande número de policiais militares. As três mortes de detentos, nas últimas 48 horas, mostram que o caldeirão voltou a ferver e está à beira de uma nova rebelião. Em 2014, já foram mais de 13 assassinatos em Pedrinhas. 

Além dessas mortes, nos últimos dias, vários túneis escavados, com centenas de presos prestes a fugir, foram descobertos. Se houvesse algum controle, esses túneis não seriam escavados. O que vê, na verdade, são policiais que temem ter acesso aos pavilhões onde se encontram os detentos. Esse medo, revela o poderio das facções organizadas, separadas por blocos para evitar confrontos.

No auge da última crise no sistema prisional, com mais uma rebelião sangrenta, a governadora, acossada pela mídia nacional, anunciou medidas que poderiam conter essa onda de violência. Medidas anunciadas depois da vinda do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, no comando de ações para tirar Roseana do isolamento do palácio, depois da eclosão da crise. Até então, a governadora se recusava a fazer alguma manifestação pública sobre a crise.

Depois de decretar emergência no sistema prisional, anunciou a construção de presídios que iriam desafogar o complexo penitenciário de Pedrinhas. Essa emergência era para facilitar a contratação de empresas para comandar essas obras. Baixada a poeira dessa crise, pergunta-se: cadê os novos presídios? Quando serão entregues? Será que o governo está esperando mais uma rebelião sangrenta, com repercussão nacional, para voltar a fazer promessas?

Acredito que Roseana Sarney, que vive seus últimos momentos no comando do governo, não está mais preocupada com esse problema do sistema penitenciário. No auge da crise, mostrando toda a incompetência para governar, poderia ter renunciado ao mandato. Teria sido o melhor para o povo do Maranhão.

Infelizmente, ainda teremos que suportar esses desmandos até dezembro. Com a certeza de que estamos caminhando para um Maranhão de prosperidade e desenvolvimento, a partir de janeiro de 2015. E que esses que dilapidaram os cofres públicos e condenaram o povo à miséria possam cumprir penas no “Caldeirão de Pedrinhas”. Só assim, sentirão na pele as dores de um sistema prisional desumano.

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