Por Jovem Pan
Comentário de Reinaldo Azevedo
A coisa é feia.

Paulo Roberto começou a prestar seu
depoimento no dia 29 de agosto. Já gravou 42 horas de conversa. E, tudo indica,
está apenas no começo. O Ministério Público Federal e o STF acompanham a
operação, já que a denúncia envolve uma penca de autoridades com direito a foro
especial. O esquema que ele denuncia é gigantesco. Ainda voltaremos muitas
vezes a esse tema aqui na Jovem Pan. Mas notem como é ridícula toda aquela
conversa sobre financiamento público de campanha. Ainda que isso existisse, o
mecanismo não serviria para impedir que máquinas criminosas se instalassem em
estatais. Se o Brasil quer acabar com boa parte da roubalheira, deve começar
privatizando as empresas públicas. Quais? Todas!
A Revista VEJA teve acesso a parte do
depoimento de Paulo Roberto e traz reportagens exclusivas na edição desta
semana, que já está nas bancas, com a lista dos nomes citados por Paulo
Roberto. Entre eles, estão cabeças coroadas da política brasileira, como o
ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, que morreu numa acidente aéreo no
dia 13 de agosto, a governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), e Sérgio
Cabral, ex-governador do Rio (PMDB). Paulo Roberto acusa ainda Edison Lobão,
atual ministro das Minas e Energia, e atinge o coração do Congresso: estão em
sua lista os presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, Rio Grande do Norte,
e do Senado, Renan Calheiros, de Alagoas. Ambos são peemedebistas.
PT, PMDB e PP seriam os três
beneficiários do esquema, que teria também como contemplados os senadores Ciro
Nogueira (PP-PI) e Romero Jucá (PMDB-RR), e os deputados petistas João
Pizzolatti (SC) e Candido Vaccarezza (SP), que já havia aparecido como um dos
políticos envolvidos com o doleiro Alberto Youssef, que era quem viabilizava as
operações de distribuição da propina. Mas há muitos outros, como vocês poderão
constatar nas reportagens de VEJA, a exemplo de Mário Negromonte, ex-ministro
das Cidades, do PP da Bahia.
Lula e Dilma não quiseram se pronunciar
a respeito. Os demais negam envolvimento com Paulo Roberto. Alves, o presidente
da Câmara, chega a dizer ao repudiar a acusação: “A Petrobras é petista”. Que o
PT estivesse no centro do esquema, isso parece inegável. Um dos nomes da lista
feita pelo engenheiro é João Vaccari Neto, o homem que cuida do dinheiro do PT.
É secretário de Finanças do partido. Ele é, vejam a ironia da coisa, o
substituto de Delúbio Soares. Não é a primeira fez que seu nome frequenta o rol
de envolvidos em escândalos.
Paulo Roberto tem noção da gravidade de
suas acusações. Tanto é que, quando ainda hesitava em fazer a delação premiada,
cravou a frase: “Se eu falar, não vai ter eleição”.
E por que falou? A interlocutores, ele
diz que não quer acabar como Marcos Valério, que ficará por muitos anos na
cadeia, enquanto os chefões políticos do mensalão já se preparam para viver
dias felizes fora do xadrez. O homem também está muito magoado com a presidente
Dilma. Até agora, ele não fez nenhuma acusação direta à candidata do PT à
reeleição — Lula não escapou —, mas deixa claro que ela foi, sim, politicamente
beneficiada pelo propinoduto, que mantinha feliz a base aliada no Congresso.
Qual vai ser o desdobramento político
disso? Vamos ver. Uma coisa é certa: as revelações de Paulo Roberto atingem em
cheio as duas candidatas que lideram a disputa pela Presidência da República:
Dilma, por razões óbvias, e Marina, por razões menos óbvias, mas ainda assim
evidentes. Ela é a atual candidata do PSB à Presidência. Confirmadas as
acusações de Paulo Roberto, é de se supor que o esquema ajudou a financiar as
ambições políticas de Campos, de quem ela se tornou a herdeira.
A situação de Dilma, obviamente, é mais
grave: afinal, ela era a czarina do setor energético, ao qual pertence a
Petrobras. Presidia também o seu conselho. Deu um empregão para Nestor Cerveró,
o homem que ajudou a viabilizar a compra de Pasadena, que Paulo Roberto agora
diz ter sido fraudulenta. O chefão das finanças de seu partido é um dos
implicados no esquema.
Paulo Roberto ainda está preso. Ele se
comprometeu a abrir mão dos bens que acumulou em razão do esquema fraudulento e
a pagar uma multa. As pessoas encarregadas da investigação têm agora de
confrontar suas informações com outras provas colhidas no curso do processo,
com o objetivo de verificar se suas informações são procedentes. Se forem e se
ele realmente ajudar a desbaratar um esquema de falcatruas bilionárias, pode
ser até ganhar a liberdade.
A República treme.
Por que a República treme? Em razão de uma delação premiada para quem?
ResponderExcluirIsso aí são factóides da Veja e alguém da Polícia , simpática ao Joaquim Barbosa.
Ainda tem imbecil q defende esses ladries do dinheiro publico...vamos dara resposta nad urnas...fora pt e pmdm dois partidos compostos pelo que ha de pior...a escoria
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