Carlos Madeiro
Do UOL, em São Luís
A queda inédita do poder na disputa para governo e Senado do grupo Sarney deixou o cenário indefinido para quem comanda o Maranhão há 49 anos. Hoje, não há um nome forte despontando entre os aliados, que ainda tentam entender o recado das urnas no último domingo (5). Fora isso, há sinais de desentendimentos entre os integrantes do grupo.
Em 2006, o grupo chegou a perder o governo para Jackson Lago (PDT), morto em abril de 2011, mas conseguiu eleger o senador Epitácio Cafeteira (PTB). Em 2009, após decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Lago foi cassado, e a segunda colocada, Roseana Sarney (PMDB), assumiu o cargo, sendo reeleita em 2010.
Com a aposentadoria do senador José Sarney (PMDB-AP) e de Roseana a partir de 2015, o grupo também fica órfão de um nome forte, já que o desempenho de Lobão Filho (PMDB) nas eleições de domingo foi considerado muito aquém do esperado –ele teve apenas 33% dos votos válidos.
Diante de um quadro inédito, o grupo ainda não tem claro o panorama daqui por diante. "Eu não tenho a menor ideia de qual será o futuro do grupo. Depois de cinco mandatos de deputado federal, vou pensar o que fazer. Está muito cedo, estou digerindo um pouco. Cada um de nós [do grupo] que ganhou e que perdeu deve estar fazendo o planejamento", disse Gastão Vieira, considerado um dos principais analistas políticos do grupo.
No último domingo, também foi uma prova de desunião quando Lobão Filho, Roseana e Gastão votaram separados, em horários diferentes. "Não sou representante dos Sarney, mas de um grupo político com inúmeros participantes, inúmeras ideologias", disse Lobão Filho, ao tentar justificar a ausência de Roseana no domingo.
Para o deputado federal Sarney Filho (PV), reeleito pela nona vez no domingo (5), a família não tem, hoje, um nome para suceder Roseana Sarney.
Seu filho, Adriano Sarney (PV), foi eleito pela primeira vez deputado estadual, mas ainda é muito cedo para saber o futuro político. Sobre 2016 e 2018, Sarney Filho minimizou a importância de ter um integrante da família disputando a eleição majoritária.
"Isso é besteira. Família é família como qualquer outra. Se alguém se destacar, bem. Mas não há nenhum projeto de poder. O projeto é viver bem e ajudar o Maranhão da melhor maneira possível", afirmou, citando que não tem "ambição" de concorrer a eleição majoritária.
A sentença sobre o futuro, porém, pode estar no desempenho do próximo governador. "Flávio Dino é uma mudança que precisa ser comprovada. Embora não precisasse, ele se uniu ao que há de mais exemplar da oligarquia. O Flávio se uniu com quem apareceu na frente. Como ele vai se desunir no exercício do governo para revolucionário, romper paradigmas?", afirmou Gastão Vieira.
RECADO DO POVO FOI A FALTA DE ATITUDE DA GOVERNADORA QUE NÃO QUIS AJUDAR O CANDIDATO DO GRUPO, PREJUDICANDO SEUS ALIADOS.
ResponderExcluir