domingo, 12 de outubro de 2014

Dilma paga um preço alto por ‘desconstruir’ a imagem de Marina Silva e por falta de controle da corrupção

Gilberto Lima

O fantasma da derrota assusta a presidente Dilma Roussef, logo neste início de propaganda eleitoral no segundo turno. Aécio Neves lidera e tem apresentado tendência de crescimento. Sufoco para a campanha de Dilma. Qual a estratégia para reverter o cenário de uma possível derrota, em poucos dias de campanha? Bater pesado em Aécio, tentando ‘desconstruir’ sua imagem ou fazer uma campanha propositiva?

Diante do bombardeio por conta do escândalo do propinoduto da Petrobras, a presidente quer focar em novas promessas de combate austero à corrupção, calcanhar de Aquiles de seu governo. Sem deixar de lado o bombardeio à candidatura tucana, disseminando que ele (Aécio) vai fazer um governo para os ricos e deixando a pobreza no abandono, com os cortes em programas sociais.

No primeiro turno, o maior equívoco petista foi bater forte em Marina Silva, tentando desconstruir sua imagem. Isso provocou a queda de Marina, a ponto de deixa-la fora do segundo turno. No entanto, o PT jamais imaginava o estrondoso crescimento de Aécio, a ponto de ameaçar o favoritismo de Dilma no segundo turno. A tentativa de ‘desconstruir’ Marina foi danosa aos petistas, pois provocaram uma avalanche de eleitores rumo à candidatura de Aécio. Pelas pesquisas, mais de 70% dos que votaram em Marina, migraram para o tucano neste segundo turno. Isso põe em risco o projeto de reeleição de Dilma.

Por outro lado, o escândalo da Petrobras – com as revelações de gravações de depoimentos dos delatores – estão sangrando a candidatura de Dilma aos poucos. Não adianta dizer que é uma tentativa de golpe, com ajuda da grande mídia. É fato que o governo Dilma foi incapaz de estancar a sangria de recursos dos cofres públicos. Nunca antes, na história deste país, viu-se uma estatal ser dilapidada tão vorazmente pela corrupção desenfreada. Faltou pulso firme. Sobrou conivência com atos nada republicanos. Infelizmente, ações que beneficiam a base aliada corrupta, que só se mantém fiel se houver pagamento de propina. Mesmo sob o risco de se quebrar uma estatal do porte da Petrobras, um patrimônio do povo brasileiro.

Dilma paga um preço alto por falta de pulso forte e por ter feito alianças com o que existe de pior na política brasileira. Raposas velhas acostumadas ao fisiologismo, ao clientelismo. Sanguessugas de dinheiro público, sempre beneficiárias da impunidade.

Será que a presidente caminha para o ocaso? 

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