quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Acusados do assassinato do advogado Bruno Mattos são colocados em liberdade após primeira audiência na Justiça

Pai do advogado Bruno Mattos, Rubem Soares concedeu entrevista ao programa ‘Comando da Noite’, na Rádio Capital AM, e falou sobre essa decisão de colocar os envolvidos no crime em liberdade


O juiz Gilberto de Moura Lima decidiu deixar em liberdade os três acusados de participação no assassinato do advogado Bruno Mattos, morto na manhã do dia 06 de outubro, no Olho D´Agua, depois da festa de comemoração da vitória do senador eleito Roberto Rocha. Carlos Humberto Marão Filho e o vigia João José Nascimento, que estavam presos, e Diego Polary, que nem chegou a ser preso, vão responder pelos crimes de homicídio e tentativa de homicídio em liberdade. O juiz entendeu que os acusados não representam perigo à sociedade.

A decisão ocorreu ao fim da primeira audiência de instrução e julgamento do processo que investiga a morte do advogado,
 além das tentativas de homicídio contra Alexandre Matos Soares, Kelvin Chiang e Wesley Oliveira. A audiência foi realizada quarta-feira(17) na Segunda Vara do Tribunal do Júri, no Fórum Sarney Costa e teve duração de mais de nove horas. O responsável pela acusação foi o Promotor Agamenomn Batista de Almeida Júnior.

A decisão do juiz deveu-se ao fato de ter expirado o prazo das prisões preventivas dos dois acusados, sem que a promotoria tivesse se manifestado pela prorrogação das mesmas. Uma decisão que causou insatisfação de familiares do advogado assassinado.

A família esperava que, além de Humberto Marão e do vigia João José, fosse determinada a prisão de Diego Polary, até aqui apontado pelas vítimas como o autor das facadas que tiraram a vida do advogado, além de ferir gravemente Alexandre e Kelvin.
“Talvez o promotor tenha sido negligente ao não pedir a prorrogação das prisões dos acusados, diante de tantas evidência de autoria do crime. Difícil aceitar que o principal acusado, Diego Polary, permaneça também em liberdade. As vítimas voltaram a confirmar a participação direta dele no crime. O próprio Humberto Marão, em depoimentos anteriores, chegou a dizer que o sobrinho teve participação direta na morte de Bruno. Agora vem dizer que envolveu o sobrinho porque teria sido coagido por quatro delegados. Não culpo o juiz pela decisão, mas à possível negligência do promotor de acusação”, diz Rubem Soares, pai de Bruno Mattos.

O vigia João José, que anteriormente teria assumido a autoria da facada nas costas de Kelvin Chiang, disse que só assumiu participação no crime por conta de ameaças de morte feitas por Humberto Marão. Ele disse que, no dia do crime, estava fazendo rondas pela rua de bicicleta e procurando a cadela, que pertence a Carlos Marão. Ao transitar nas proximidades onde estava ocorrendo a briga a sua faca teria caído do bolso da calça.

Diego Polary voltou a dizer que estava em sua casa dormindo no momento em que ocorreu a confusão que levou à morte do advogado. Todas as vezes que foi questionado, ele negou participação no assassinato. No entanto, as vítimas voltaram a afirmar que Diego foi o autor das facadas que levaram Bruno Mattos à morte.

Carlos Marão, tio de Diego Polary, voltou a responsabilizar o vigia João José Gomes pela autoria da morte do advogado. Ao contrário de depoimentos anteriores, quando disse ter recebido ajuda de Diego no momento da confusão, resolveu isentar o sobrinho de qualquer participação no crime.

Quando soube que o juiz havia decidido colocar os acusados em liberdade, a esposa do vigia João José passou mal e recorreu a medicamentos. Ela teme que o marido fique sem proteção, vulnerável, e que venha a ser vítima de algum tipo de atentado, pois já recebera ameaças para assumir a autoria dos crimes.

Uma coisa é certa: a testemunha-chave desse crime é o vigia João José Gomes. É uma espécie de caixa preta. Pode saber muito mais do que dissera até o momento. Cabe à justiça garantir sua integridade física. A cadeia seria o lugar mais seguro pra ele neste momento.
Rubem Soares, pai do advogado Bruno, no 'Comando da Noite' 

Uma nova audiência deve ser realizado em março de 2015. Até lá, o pai de Bruno Matos promete continuar na luta por justiça. “Esse crime não vai ficar impune. Os envolvidos, que agora estão soltos, não podem comemorar, pois eles, um dia, vão sentar no banco dos réus, em um Júri Popular, e serão punidos. Não vamos descansar enquanto a justiça não for feita”, disse Rubem Soares, em entrevista ao programa ‘Comando da Noite”, na Rádio Capital AM.


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