Pai do advogado Bruno Mattos, Rubem Soares concedeu
entrevista ao programa ‘Comando da Noite’, na Rádio Capital AM, e falou sobre
essa decisão de colocar os envolvidos no crime em liberdade
O juiz Gilberto de Moura Lima decidiu deixar em
liberdade os três acusados de participação no assassinato do advogado Bruno
Mattos, morto na manhã do dia 06 de outubro, no Olho D´Agua, depois da festa de
comemoração da vitória do senador eleito Roberto Rocha. Carlos Humberto Marão
Filho e o vigia João José Nascimento, que estavam presos, e Diego Polary, que nem chegou a ser preso, vão responder pelos crimes de homicídio e tentativa de homicídio em liberdade. O juiz entendeu que os acusados não representam perigo à sociedade.
A decisão ocorreu ao fim da primeira audiência de instrução e julgamento do processo que investiga a morte do advogado, além das tentativas de homicídio contra Alexandre Matos Soares, Kelvin Chiang e Wesley Oliveira. A audiência foi realizada quarta-feira(17) na Segunda Vara do Tribunal do Júri, no Fórum Sarney Costa e teve duração de mais de nove horas. O responsável pela acusação foi o Promotor Agamenomn Batista de Almeida Júnior.
A decisão do juiz deveu-se ao fato de ter expirado o
prazo das prisões preventivas dos dois acusados, sem que a promotoria tivesse
se manifestado pela prorrogação das mesmas. Uma decisão que causou insatisfação de familiares do advogado assassinado.
A família esperava que, além de Humberto Marão e do
vigia João José, fosse determinada a prisão de Diego Polary, até aqui apontado
pelas vítimas como o autor das facadas que tiraram a vida do advogado, além de
ferir gravemente Alexandre e Kelvin.
“Talvez o promotor tenha sido negligente ao não
pedir a prorrogação das prisões dos acusados, diante de tantas evidência de
autoria do crime. Difícil aceitar que o principal acusado, Diego Polary,
permaneça também em liberdade. As vítimas voltaram a confirmar a participação
direta dele no crime. O próprio Humberto Marão, em depoimentos anteriores,
chegou a dizer que o sobrinho teve participação direta na morte de Bruno. Agora
vem dizer que envolveu o sobrinho porque teria sido coagido por quatro
delegados. Não culpo o juiz pela decisão, mas à possível negligência do
promotor de acusação”, diz Rubem Soares, pai de Bruno Mattos.
O vigia João José, que anteriormente teria assumido
a autoria da facada nas costas de Kelvin Chiang, disse que só assumiu
participação no crime por conta de ameaças de morte feitas por Humberto Marão.
Ele disse que, no dia do crime, estava fazendo rondas pela rua de bicicleta e procurando
a cadela, que pertence a Carlos Marão. Ao transitar nas proximidades onde
estava ocorrendo a briga a sua faca teria caído do bolso da calça.
Diego Polary voltou a dizer que estava em sua casa
dormindo no momento em que ocorreu a confusão que levou à morte do advogado. Todas
as vezes que foi questionado, ele negou participação no assassinato. No
entanto, as vítimas voltaram a afirmar que Diego foi o autor das facadas que
levaram Bruno Mattos à morte.
Carlos Marão, tio de Diego Polary, voltou a
responsabilizar o vigia João José Gomes pela autoria da morte do advogado. Ao
contrário de depoimentos anteriores, quando disse ter recebido ajuda de Diego
no momento da confusão, resolveu isentar o sobrinho de qualquer participação no
crime.
Quando soube que o juiz havia decidido colocar os acusados em liberdade, a esposa do vigia João José passou mal e recorreu a
medicamentos. Ela teme que o marido fique sem proteção, vulnerável, e que venha
a ser vítima de algum tipo de atentado, pois já recebera ameaças para assumir a
autoria dos crimes.
Uma coisa é certa: a testemunha-chave desse crime é
o vigia João José Gomes. É uma espécie de caixa preta. Pode saber muito mais do
que dissera até o momento. Cabe à justiça garantir sua integridade física. A
cadeia seria o lugar mais seguro pra ele neste momento.
Rubem Soares, pai do advogado Bruno, no 'Comando da Noite'
Uma nova audiência deve ser realizado em março de 2015. Até lá, o pai de Bruno Matos promete continuar na luta por justiça. “Esse crime
não vai ficar impune. Os envolvidos, que agora estão soltos, não podem
comemorar, pois eles, um dia, vão sentar no banco dos réus, em um Júri Popular,
e serão punidos. Não vamos descansar enquanto a justiça não for feita”, disse
Rubem Soares, em entrevista ao programa ‘Comando da Noite”, na Rádio Capital
AM.
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