Nunca antes na história do Maranhão se
teve um governo tão corrupto. Nunca se viu tanta impunidade em outro lugar como
no Maranhão. Roseana Sarney renuncia ao governo, depois de quatro mandatos,
deixando a corrupção como marca maior. Durante esse longo período no poder, o
império econômico da família Sarney ‘bombou’, com negócios nas mais diversas
áreas. Ela mesma, ao lado do marido Jorge Murad, o governador de fato, constituiu um patrimônio que lhe dará sossego e conforto para
o resto da vida. Em 2009, segundo o wikileaks, foi descoberta uma conta em um
banco das Ilhas Caimãs, em nome de Roseana, com movimentação de U$ 150 milhões
entre 1993 e 1999. Pelo visto, dinheiro não faltará nessas ‘férias’ nos EUA.
Roseana será lembrada pelos monumentos à
incompetência e à corrupção. Da lista, fazem parte a ‘estrada fantasma’ Paulo
Ramos/Arame, onde enterraram mais de R$ 70 milhões e, até hoje, está
intrafegável; o Pólo de Confecções de Rosário, que geraria milhares de
empregos, mas terminou deixando centenas de famílias pobres endividadas junto
ao Banco do Nordeste; o Projeto Italuís II, que consumiu mais de R$ 300 milhões
e foi paralisado por suspeitas de faturamento e licitação dirigida para
beneficiar as construtoras OAS e Gautama; e, mais recentemente, a Refinaria
Premium, que saiu da lista de prioridades da Petrobras, depois de consumir
quase R$ 2 bilhões somente na terraplenagem. Mesmo com todo esse rosário de
irregularidades, Roseana nunca foi chamada à responsabilidade, e, pelo visto,
continuará na impunidade.
Fora do governo, sem foro privilegiado,
a ex-governadora vai passar a conviver com o fantasma da ‘Operação Lava Jato’,
que investiga o esquema de pagamento de propina a políticos e partidos com
dinheiro de empreiteiras que prestam serviços à Petrobras, e outros
esquemas comandados pelo doleiro Alberto Youssef. Roseana foi citada por Meire
Poza, contadora do doleiro, como beneficiária de uma propina de R$ 300 mil pela
liberação de pagamento de precatórios no valor de R$ 700 milhões à CONSTRAN. O
valor total a ser pago de propina seria de R$ 6 milhões, acertados com Youssef.
Com medo dos desdobramentos dessa
operação que, na próxima fase, estará voltada aos políticos citados em
depoimentos, a ex-governadora embarca nos próximos dias, em jatinho particular,
com destino à Flórida. Pretende voltar em quatro meses, depois que baixar a
poeira da Operação Lava Jato.
Deixa para trás grandes rastros de
corrupção. Será que um dia pagará por tantos desmandos ou continuará na
impunidade?
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