quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Supremo determina o sequestro do dinheiro de Cunha na Suíça

Com a decisão, os recursos serão depositados numa conta judicial e ficarão indisponíveis até o fim do processo contra o presidente da Câmara

LORENNA RODRIGUES E GUSTAVO AGUIAR  
O ESTADO DE S. PAULO

ABRIL/2000 - Cunha assumiu a cadeira de deputado estadual, após a saída do deputado Ernani Boldrim. Nas eleições de 1998, Cunha tinha ficado como suplente. Em maio de 2004, o STF passou a investigar a gestão de Cunha na Cehab. Um parecer do procurador-geral indicava que havia "incompatibilidade entre a movimentação financeira do deputado e seus rendimentos declarados". No mesmo ano, o Caso Cehab foi arquivado, e Cunha, inocentado.

Brasília- O ministro do Supremo Tibunal Federal (STF) Teori Zavascki determinou o bloqueio e o sequestro dos recursos mantido pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB) em contas na Suíça - 2,4 mihões de francos suíços ou R$ 9,6 milhões.

A decisão atende pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). Os procuradores temiam que, com a transferência da investigação para o Brasil, o dinheiro fosse desbloqueado e pudesse ser movimentado.

Com o sequestro, os recursos serão depositados numa conta judicial e ficarão indisponíveis até o fim do processo.


O pedido de novo bloqueio dos recursos foi apresentado pela PGR na sexta-feira passada. São duas contas, uma em nome de Cunha e outra da mulher do deputado, Cláudia Cordeiro Cruz, no banco Julius Bäer. "Há a possibilidade concreta de que ocorra o desbloqueio das contas, com a consequente dissipação dos valores depositados nas contas bancárias estrangeiras", disse o órgão no pedido.

O processo foi transferido para a PGR por autoridades suícas já que o presidente da Câmara é brasileiro, está no país e não poderia ser extraditado para a Suíça.

No pedido, o procurador-geral da República em exercício, Eugênio Aragão, diz que não há dúvidas em relação à titularidade das contas. "Há cópias de passaportes - inclusive diplomáticos - do casal, endereço residencial, números de telefones do Congresso Nacional e do Palácio do Planalto", diz. Seu patrimônio estimado, à época da abertura da conta, era de aproximadamente 16 milhões de dólares.

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