Um dos agressores entrou em grupo de familiares da vítima no WhatsApp e avisou do espancamento. 'Pelo abuso dele'
MARIA INEZ MAGALHÃES
JORNAL O DIA/RIO
Agressor avisa em grupo da família no WhatsApp que espancou vendedor em Ipanema. 'Deve tá morto'Foto: Imagens / Arquivo pessoal |
Depois de espancar até a morte o vendedor de gelo Fabiano Machado da Silva, de 33 anos, em Ipanema, na Zona Sul, na manhã de domingo, um dos agressores usou o celular da vítima e enviou mensagens à família. O teor das mensagens causa revolta pela frieza de quem escreveu.
"Cara, ele deve tá muito mal no hospital de tanto que ele apanhou", escreveu o agressor. A sobrinha, sem ainda perceber do que se trata, pergunta se ele irá na casa dela. A pessoa que está em posse do celular segue enviando novas mensagens. "Pelo abuso dele", "Apanhou não foi pouco, não."
A jovem, já estranhando o conteúdo enviado no grupo da família no WhatsApp, pergunta quem é que está falando, recebendo a cruel resposta. "O cara que bateu nele. Avisa logo a família. Que ele deve tá morto", e justifica. "FDP abusado, mexe com a mulher dos outros. E ainda vai querer dá uma de f..., se f...", disparou. A Delegacia de Homicídios da Capital analisa as mensagens do celular.
Na manhã desta segunda-feira, a família esteve no Instituto Médico Legal (IML) para a liberação do corpo, que será enterrado na tarde de hoje no Cemitério de Vila Rosali, em São João de Meriti. De acordo com a irmã de Fabiano, Hosana dos Santos Machado, de 46 anos, ele gostava de beber e teria teria consumido bebida alcóolica, mas não era uma pessoa agressiva.
"Ela mandou um áudio para minha filha e a voz dele parecia de quem tinha bebido. mas não era uma pessoa violenta, era uma pessoa muito brincalhona. Estamos até agora sem acreditar. Foi muito difícil ver as imagens dele sendo agredido", desabafou, aos prantos. O vendedor falou com a família durante a madrugada em que esteve trabalhando em Ipanema.
O comerciante Eraldo Nunes da Silva, de 55 anos, disse que, independente do que tenha acontecido, nada justifica o espancamento do vendedor de gelo. "Foi uma selvageria, a família está chocada. Nada do que ele fez justifica o que fizeram com ele. Esperamos justiça", disse.
Fabiano trabalhava no local há cerca de um ano, sempre nos fins de semana.
Imagens mostram agressores espancando vendedor até a morte
Câmeras de segurança mostram a confusão e o espancamento até a morte do vendedor de gelo Fabiano Machado da Silva, de 33 anos, na manhã deste domingo. A Delegacia de Homicídios da Capital, que investiga o caso, tenta identificar os agressores através das imagens.
Na sequência registrada pelo circuito de segurança, exibida no Fantástico, é possível ver o homem discutindo com duas mulheres, que passam com um grupo de cerca de 10 pessoas. Em seguida, ele pega uma barra de ferro e ameaça uma das mulheres, que sentou em um banco. Ela consegue tomar a barra da mão de Fabiano e o agride. O grupo que acompanhava a mulher volta e começam a agredir o vendedor, que tenta fugir entrando no caminhão, mas é retirado pelos agressores do veículo e espancado até a morte.
De acordo com a DH-Capital, foi realizada perícia no local e testemunhas foram ouvidas. Imagens de câmeras de segurança estão sendo analisadas e diligências estão sendo realizadas em busca de informações que ajudem nas investigações.
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