A Procuradoria-Geral da República ainda analisa as conversas para saber se há indícios de crimes para decidir se vai pedir novas investigações ao STF ou se usará o material para reforçar os trabalhos que já estão em curso no tribunal.
No bojo da Operação Lava Jato, a Polícia
Federal encontrou no aparelho celular do ex-presidente da empreiteira OAS Léo
Pinheiro, condenado pelo juiz Sérgio Moro a 16 anos de prisão, mensagens
trocadas com 15 políticos investigado pelo Supremo Tribunal Federal, entre os
quais o senador Edison Lobão (PMDB-MA), que joga um foco de luz sobre a finada
Refinaria Premium que seria construída no município de Bacabeira.
A Procuradoria-Geral da República ainda
analisa as conversas para saber se há indícios de crimes para decidir se vai
pedir novas investigações ao STF ou se usará o material para reforçar os
trabalhos que já estão em curso no tribunal.
As mensagens mostram negociações para
encontros, lobby sobre temas em debate no Congresso, pedidos de doação ao
empresário –alguns mascarados por nomes de ruas ou favores–, além de
informações sobre presentes distribuídos para os políticos.
No material sobre o senador Edison
Lobão, ex-ministro de Minas e Energia, há referência a uma mensagem de Léo
Pinheiro sobre decisão da ex-presidente da Petrobras Graça Foster de começar a
licitar a refinaria Premium II.
Outra mensagem destacada pela PF mostra
que uma pessoa identificada como Lena diz que Julio Camargo, que se tornou
delator da Lava Jato, o convidou para uma reunião com o “pessoal do Maranhão”
para discutir a refinaria.
“Julio Camargo me ligou agora nos convidando
(vc, Sergio e eu) para uma reunião no dia 8/8 as 10hs no escritório dele em SP
com o pessoal do Maranhão (Fialho-seu amigo, Silas Rondeau e outros). Assunto:
Refinaria. Não falei com Sergio. Bjs.”
O ex-ministro Lobão, no entanto, nega
que tenha participado de esquema de corrupção.
Celular
de Lobão foi apreendido na Operação Catilinária
Durante a Operação Catilinária, deflagrada
em dezembro de 2015, a PF foi até a residência de Lobão, mas os polícias não
encontraram nada no local devido ele está se mudando, o que dificultou na
apreensão do material. No entanto, os agentes levaram o aparelho celular de
Lobão que no momento da ação estava na casa do filho Luciano Lobão.
Luciano é dono de uma construtora, bem
relacionado com grandes empresários e políticos a nível nacional pelo cargo que
o pai exerce.
Na oportunidade, o advogado de Lobão,
Antônio Carlos de Almeida Castro (Kakay), condenou a ação e classificou como
constrangimento. “Achamos a medida desnecessária, dado o constrangimento, mas é
um direito do Ministério Público, que foi autorizado pelo Supremo [Tribunal
Federal]”, afirmou o advogado.
Pagamento
de propina para a campanha de Roseana em 2010
Antes de ser cancelada, a Premium I
passou por apenas uma obra: a terraplanagem da área, que custou 583 milhões de
reais. Mas até uma atividade tão corriqueira no setor de infraestrutura foi,
tudo indica, alvo de contravenção. O Tribunal de Contas da União apontou
superfaturamento no contrato com empresas de tratores, além da falta de estudos
de viabilidade técnica. O balanço da Petrobras de 2014 relata baixa contábil de
2 bilhões de reais com a refinaria.
O serviço de terraplanagem também abriu
um leque de possibilidades para os envolvidos na Operação Lava Jato. O
Ministério Público Federal (MPF) detectou indícios de pagamento de propina a
políticos para direcionar os contratos da Premium ao consórcio formado pelas
empreiteiras Galvão Engenharia, Serveng e Fidens. A Premium I também aparece
nos depoimentos de delação premiada do ex-diretor de Abastecimento da
Petrobras, Paulo Roberto Costa, e do doleiro Alberto Youssef. Eles relataram à
PF que as construtoras pagaram propina de 1% sobre o valor do contrato para
construção da refinaria aos deputados do PP, Luiz Fernando (MG) e José Otávio
(RS).
Além das citações referentes às obras de
terraplanagem, o ex-diretor afirma que tratou de propina para a campanha de
Roseana Sarney ao governo do Maranhão em 2010 durante reuniões cujo tema
central era a refinaria. O dinheiro - cerca de 2 milhões de reais - teria sido
pedido pelo ex-ministro de Minas e Energia, Edison Lobão. Curiosamente, Alberto
Youssef foi preso em São Luis, no Maranhão, tratando de negócios suspeitos.
Com informações do Blog do Jorge Vieira
Com informações do Blog do Jorge Vieira
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