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Heli Dourado |
O tempo é o senhor da razão. Pune,
absolve e consome a todos nós. Os algozes de ontem, podem estar nos bancos dos
réus hoje ou amanhã. De defensores da ética e da moralidade, a réus, por falta de
ética ou por acusação de envolvimento em corrupção. Eis o drama vivido pelo
advogado Heli Dourado, um dos algozes no processo de cassação de Jackson Lago. O advogado dos
interesses da oligarquia, hoje é investigado pela Polícia Federal no esquema de
corrupção da Ferrovia Norte-Sul.
Quando do julgamento do processo de
cassação de Lago, o advogado Heli Dourado afirmara, do alto de sua autoridade
moral, que a eleição do Maranhão de 2006 ‘tratava-se da maior fraude eleitoral
da história do Brasil”. O que dizer da situação vivida hoje pelo advogado, no
caso Norte-Sul? Certamente que se trata de um dos maiores escândalos de
corrupção do país. Aqui se faz, aqui se paga.
O advogado investigado, por ter muito dinheiro, talvez não venha a ser condenado por suposto envolvimento nesse escândalo de corrupção da Norte-Sul. Afinal, ele costuma afirmar que só fica na cadeia quem não tem dinheiro. É o que deixa claro em uma reportagem sobre a prisão do bicheiro Carlinhos Cachoeira, em 2012. Naquela ocasião, ele disse que esse era mais um caso de crime organizado que
assumiu grande parte das instituições públicas.
Ele ressaltou o poder do contraventor no
Estado de Goiás, inclusive com ingerência na polícia. “Para se virar coronel no
estado do Goiás você tinha que pagar R$ 100 mil e o Carlos Cachoeira comprou
varias promoções, principalmente nos lugares onde ele operava, para facilitar
as operações”, declarou o advogado.
Naquele momento, dizia, ainda, que o
contraventor não ficaria muito tempo na cadeia, pois tinha dinheiro para pagar
bons advogados. “Todo contraventor, bandido e marginal tem que ter dinheiro,
pois se não continua preso”, disse.
Declarações que confirmam a máxima: ‘quem
tem dinheiro e poder não fica na cadeia’. Talvez, por isso, os corruptos que
ele sempre defendeu não estão na cadeia. E ele mesmo, com muito dinheiro, deve
acreditar que ficará impune no esquema de desvios milionários da Norte-Sul.
Confira a íntegra da reportagem com as
declarações do advogado Heli Dourado.
Advogado
critica Cachoeira: ‘bandido tem que ter dinheiro'
Por Patrícia Costa - de Brasília
18/04/2012
Assim que foi desvendado o esquema
Carlos Cachoeira, todos os dias novos fatos vão sendo revelados com o decorrer
das investigações, e claro, nos corredores políticos de Brasília, figuras que
estão no cenário se manifestam sobre o escândalo, que ganhou espaço nas páginas
principais dos veículos de informação.
Sobre Carlos Cachoeira, o advogado Heli
Lopes Dourado, que defende causa da coligação de Roseana Sarney, disse que o
bicheiro é mais um caso de crime organizado que assumiu grande parte das
instituições públicas. Ele ainda, afirma que o bicheiro foi responsável por
várias promoções de policiais no Estado de Goiás.
“O que nós temos é um governador
envolvido até a medula, nós temos um senador envolvido, 12 deputados estaduais,
quatro deputados federais, 20 por cento do Ministério Público, aproximadamente
50 por cento dos coronéis da Polícia Militar e grande parte da Polícia Civil.
Para se virar coronel no estado do Goiás você tinha que pagar R$ 100 mil e o
Carlos Cachoeira comprou varias promoções, principalmente nos lugares onde ele
operava, para facilitar as operações”, declara o advogado.
Em Brasília, na noite desta terça-feira
(17/04) foi realizado o pedido da criação da CPI com assinatura de 67 senadores
e de 330 deputados federais. A defesa de Carlos Cachoeira está sendo feita pelo
ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos.
Famoso por atuar nesta esfera da
advocacia, Heli Dourado acredita que Cachoeira não ficará preso por muito tempo
e não vê muitas conseqüências de punição severa para o bicheiro.
“Carlos Cachoeira contratou Márcio
Thomaz para ir atrás de pedido de clemência. E o Dr. Márcio Thomaz é um grande
criminalista, é um advogado de nome sério. A questão Carlos Cachoeira é mais
política do que jurídica. Ele ficará mais 90 dias na cadeia, mas vai sair
bonzinho e eu não vejo muitas conseqüências na seara do direito penal para
punir com severidade”, comenta.
Tendo muito conhecimento na esfera
política do estado de Goiás, e também por ser ex-parlamentar e exercer
advocacia na área eleitoral, Heli Dourado acrescentou que Carlos Cachoeira gastou
R$ 30 milhões na eleição de Marconi e é um homem de 200 milhões de dólares.
“Todo contraventor, bandido e marginal tem que ter dinheiro, pois se não
continua preso” finaliza o ex-parlamentar e advogado Heli Dourado.
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