quarta-feira, 23 de março de 2016

Discurso firme de Dilma leva a ‘bíblia dos banqueiros’ ao desespero: em editorial, 'The Economist' pede renúncia da presidenta

A presidenta Dilma Rousseff - com seu discurso denunciando o golpe e reafirmando que não renuncia - levou a revista britânica The Economist ao desespero. A conhecida ‘bíblia dos banqueiros’ acusou o golpe ao pedir, em editorial, a renúncia da presidenta. Uma mostra de que o mercado está unido pelo golpe, pela deposição de Dilma Rousseff.

O tal mercado 'golpista' já vem dando mostras que apoia o impeachment da presidenta. Basta uma ação do juiz Sérgio Moro contra integrantes do PT e do governo para o dólar cair de cotação e a bolsa de valores apresentar resultado positivo. Precisa dizer mais alguma coisa?

Mostrando que o mercado tem pressa, a revista diz que "a maneira mais rápida e melhor para a senhora Rousseff deixar o Planalto seria a renúncia antes de ser empurrada para fora", defende o editorial. Desespero puro.

Capa de Janeiro/2016
Não é a primeira vez que a revista britânica prevê e torce pelo caos no Brasil. No início do ano, trouxe uma capa com Dilma Rousseff cabisbaixa, acabrunhada, dando a entender que ela não suportaria as pressões.

Com o título de "Queda do Brasil", ‘The Economist', como ave agourenta, previa desastre político e econômico em 2016.

Confira a matéria do jornal o Estado de São Paulo sobre o editorial da The Economist.

Em editorial, 'Economist' pede renúncia de Dilma por 'tentativa grosseira de impedir Justiça'

O ESTADO DE S. PAULO

Londres - A revista britânica The Economist defende em editorial que é hora de a presidente Dilma Rousseff deixar o cargo. A escolha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a Casa Civil foi uma "tentativa grosseira de impedir o curso da Justiça", diz o editorial que será publicado na nova edição que chega às bancas neste fim de semana. Por isso, Dilma está inapta a permanecer na Presidência, argumenta o texto. A publicação diz que a troca na presidência da República abriria caminho para um "novo começo" no Brasil.

"A indicação de Lula parece uma tentativa grosseira de impedir o curso da Justiça. Mesmo que isso não fosse sua intenção, esse seria o efeito. Esse foi o momento em que a presidente escolheu os limitados interesses da sua tribo política por cima do Estado de Direito", diz o editorial que tem o título "Hora de ir". "Assim, ela tornou-se inapta a permanecer como presidente", cita o editorial que defende que "a presidente manchada deveria renunciar agora".

O editorial nota que sempre defendeu que apenas a "Justiça ou os eleitores - e não políticos com interesses próprios tentando impedi-la - podem decidir o destino da presidente". Essa percepção, porém, mudou com a decisão tomada por Dilma ao indicar Lula, argumenta o editorial. A saída de Dilma Rousseff, diz o editorial, "ofereceria ao Brasil a oportunidade de um novo começo".

A Economist afirma que continua acreditando que o processo de impeachment pelas pedaladas fiscais segue parecendo injustificado. Assim, a revista nota que há três caminhos para a saída da presidente: 1) mostrar que Dilma Rousseff obstruiu o trabalho de investigação na Petrobrás; 2) por decisão do Tribunal Superior Eleitoral que resultaria em novas eleições ou 3) a renúncia. "A maneira mais rápida e melhor para a senhora Rousseff deixar o Planalto seria a renúncia antes de ser empurrada para fora", defende o editorial.

Sem Dilma, a Economist acredita que o Brasil poderia ter um governo de coalizão liderado por Michel Temer para executar reformas necessárias para estabilizar a economia e acabar com o déficit público próximo de 11% do Produto Interno Bruto. O editorial nota, porém, que Temer também está "profundamente envolvido no escândalo da Petrobrás como o PT". Assim, apenas "novas eleições presidenciais poderiam dar aos eleitores uma oportunidade de confiar as reformas a um novo líder".

O semanário britânico não é o primeiro veículo internacional a sugerir a saída da petista. Em editorial no começo da semana, o The Guardian sugeriu que se Dilma não conseguir restaurar a calma no Brasil, a presidente deveria convocar novas eleições ou renunciar. De acordo com o editorial publicado na edição de domingo do jornal, "uma das preocupações óbvias é que esses protestos, se não controlados, podem resultar em violência generalizada com risco de intervenção militar".

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