O pedido da AGU é para adiar a
votação do plenário do Senado do relatório da comissão especial do impeachment
que pede o afastamento da presidente
José Eduardo Cardozo, da AGU |
POR LEONEL ROCHA
Congresso em Foco
A base governista no Senado e a
Advocacia geral da União entraram com um recurso junto à mesa da casa
solicitando o adiamento da sessão do plenário da Casa que decidirá se acata ou
não o relatório aprovado nesta sexta-feira na comissão processante do
impeachment que pede o afastamento da presidente Dilma Rousseff por crime de
responsabilidade. No pedido, os governistas argumentam que é necessário mais
tempo para a defesa da presidente e para isto será preciso mais prazo para a
apreciação do caso pelo plenário.
Esta é a primeira reação da base
do governo depois da aprovação do relatório do senador Antônio Anastasia
(PSDB-MG) favorável ao afastamento da presidente. A segunda, se Renan Calheiros
não acatar o pedido, será o questionamento no Supremo Tribunal Federal da
abertura do processo de impeachment pelo então presidente da Câmara Eduardo
Cunha, em dezembro do ano passado.
A AGU vai alegar que houve
desvio de finalidade na decisão de Cunha que teria aceitado o pedido depois que
não teve o apoio do PT para livrá-lo do processo no conselho de ética por
quebra de decoro parlamentar. “Houve um claro desvio de finalidade na aceitação
do pedido de abertura de impeachment por Eduardo Cunha”, disse o senador Lindberg
Farias (PT-RJ).
O líder do PSDB no Senado,
Cássio Cunha Lima (PB), disse que este recurso é mais uma manobra protelatória
do PT e da base do governo no Senado e da própria AGU em um processo que já
está definido pela maioria dos senadores. “A defesa da presidente Dilma já teve
tempo suficiente para apresentar a sua defesa e não convenceu os senadores”,
disse Cunha Lima.
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