Paulo César Morato estava sob suspeita de operar esquema de lavagem de R$ 600 milhões que teria abastecido inclusive a campanha de Eduardo Campos, morto em um acidente aéreo em 2014.

POR FAUSTO MACEDO, JULIA AFFONSO
E RICARDO
BRANDT
O Estado de São Paulo
Foragido da Operação Turbulência, o
empresário Paulo César de Barros Morato foi encontrado morto em um motel em
Olinda, Pernambuco. Ele estava sob suspeita de operar um esquema de lavagem de
R$ 600 milhões que teria abastecido inclusive a campanha de Eduardo Campos,
candidato à Presidência em 2014, morto em um acidente aéreo em agosto daquele
ano.
A morte está sendo investigada pela
Polícia Civil. A Polícia Federal acompanha o desenrolar da investigação.
A ação da Polícia Federal – deflagrada a
partir das investigações sobre o avião que era usado por Eduardo Campos,
ex-candidato à Presidência que morreu em acidente aéreo em agosto de 2014 –
mira em um grupo especializado em lavagem de dinheiro, sediado em Pernambuco e
Goiás, que teria lavado mais de R$ 600 milhões desde 2010. O grupo é suspeito
de abastecer caixa 2 de empreiteiras.
Quatro empresários foram presos na
terça-feira, 21. Um deles iria embarcar para Miami. A PF encontrou com ele US$
10 mil no Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos, na Grande São
Paulo.
O empresário João Carlos Lyra também foi
preso em São Paulo.
A PF confiscou, com autorização judicial,
três aeronaves da organização criminosa, avaliadas em R$ 9 milhões. Quatro automóveis
de luxo foram apreendidos.
A investigação aponta para a OAS, uma das
principais empreiteiras do cartel que se instalou na Petrobrás entre 2004 e
2014, período em que foi montado esquema de propinas a deputados, senadores,
governadores e ex-dirigentes da estatal petrolífera.
Uma empresa fantasma descoberta pela
Turbulência recebeu valores da OAS no âmbito das obras de transposição do rio
São Francisco. A PF identificou um repasse de R$ 18 milhões para a OAS – parte
desse valor passou por conta da empresa de fachada.
A PF destacou que empresas fantasmas
citadas por delações premiadas na Lava Jato em Curitiba e em Brasília foram
usadas por operadores envolvidos na Operação Turbulência.
A PF destacou que o alvo são os operadores
que faziam a captação de recursos e distribuíam propinas a políticos. Em nome
deles e em nome de familiares existem empresas fantasmas registradas também no
Uruguai.
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