Em editorial, 'The New York
Times" diz que promessa de Temer para acabar com corrupção parece vazia
Jornal pediu medidas concretas do governo e criticou ministério formado por homens brancos e investigados na Lava Jato

ALTAMIRO SILVA JUNIOR
CORRESPONDENTE –
O ESTADO DE S.PAULO

"Não está claro o quão
longe Temer pretende ir para combater a corrupção. Se ele for sério e quiser
acabar com as suspeitas sobre a motivação para remover Dilma Rousseff, seria
inteligente defender o fim da imunidade parlamentar para congressistas e
ministros em casos de corrupção", afirma o texto em sua conclusão.
O Times começa o artigo, que
recebeu o título "A medalha de ouro do Brasil para a corrupção",
criticando o ministério de Temer, formado apenas por homens brancos e faz
referência à ficha suja de alguns deles, mencionando que sete são investigados
pela Operação Lava Jato. O avanço das investigações já levou a queda de dois
ministros, Romero Jucá, do Planejamento, e Fabiano Silveira, da Transparência,
em apenas poucos dias de governo, ressalta o texto.
"As nomeações reforçaram as
suspeitas de que o afastamento temporário da presidente Dilma Rousseff no mês
passado, por acusações de maquiar ilegalmente as contas do governo, teve uma
segunda intenção: fazer as investigações (sobre corrupção) sumirem",
afirma o Times.
Os recentes acontecimentos,
destaca o jornal, forçou Temer a repetir várias vezes nos últimos dias que não
atrapalharia as investigações da Lava Jato, que "chacoalharam" a
política do Brasil. "Considerando as pessoas que Temer se cercou, a
promessa parece vazia." Por isso, se o peemedebista pretende ganhar a
confiança dos brasileiros, incluindo parte da população que vê sua chegada no
poder como um golpe, precisa tomar "medidas concretas".
Uma destas medidas é acabar com
a imunidade parlamentar para políticos envolvidos com corrupção. "Esta
proteção injustificável claramente permitiu uma cultura de corrupção e
impunidade institucionalizada", ressalta o editorial, destacando que, no
Brasil, os políticos, incluindo os parlamentares e o alto escalão do governo,
contam com o foro privilegiado e por isso não podem ser investigados pela
Justiça comum.
O texto cita ainda declarações
recentes do juiz Sergio Moro, que pede punição a crimes cometidos por
políticos. "Os esquemas de corrupção sistêmica são danosos porque têm
impacto na confiança nas leis e na democracia", afirma o juiz em trecho
citado no editorial.
Me compre um bode! O "governo" de Temer tem APENAS 15 dias! Dá licença!!!!
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