A cidadania jamais deveria ser uma aspiração, mas simplesmente a realidade mais concreta de todo e qualquer ser humano. Em meio a essas multidões anônimas e indefesas, o governo do Estado, através da Força Estadual de Saúde, foi aos municípios mais pobres e distantes levar a “novidade” da Atenção Básica de Saúde

Multidões anônimas e indefesas, sem
nomes nos cartórios, sem inscrição no SUS, sem lembranças fotográficas nas
paredes dos prédios públicos, sem convites para aniversários e casamentos,
arrastaram-se anos a fio pelos caminhos do Maranhão e também sem qualquer assistência
do poder público. Um longo tempo sem políticas públicas efetivas e com os
recursos do Estado sendo dissolvidos em atividades paralelas, arrastou toda
essa gente ao desconforto de não se sentir cidadão, ao silêncio da ausência de
atendimento médico, educação e, quem sabe, até alimentação.
Programas e projetos concebidos no
governo Flávio Dino encaminham essas multidões na direção da conquista da tão
negada cidadania. São programas e projetos aparentemente pequenos, sem grandes
efeitos midiáticos, mas que alcançam essas populações abandonadas, pequenos
grupos que, juntos, formam multidões incalculáveis. A exemplo do projeto
Travessia, pensado para a inclusão de pessoas com deficiência, que apanha em
casa e transporta até seus afazeres e lazeres os beneficiários; a exemplo do
projeto “Carreta da Mulher”, que já encontrou nesse mar de gente milhares de
mulheres hoje atendidas com mamografia e tantos outros recursos próprios do
Estado.
A cidadania jamais deveria ser uma
aspiração, mas simplesmente a realidade mais concreta de todo e qualquer ser
humano. Em meio a essas multidões anônimas e indefesas, o governo do Estado,
através da Força Estadual de Saúde, foi aos municípios mais pobres e distantes
levar a “novidade” da Atenção Básica de Saúde. O governo também providenciou
apoio técnico e financeiro a pequenos produtores alojados nas multidões sem
nomes nos cartórios e operou um vasto programa de reconstrução de escolas e
contratação de professores para vencer o marasmo da educação e do
analfabetismo.
Um outro exemplo, muito forte, é o
programa “Pacto pela Vida que trouxe a sociedade para o cerne das políticas
públicas através dos Conselhos Comunitários de Segurança ou o trabalho do
PROCON junto aos bancos que libertou das filas sufocantes os idosos do Maranhão.
Junte-se aí o programa de alfabetização já em experiência em seis dos
municípios com menor IDH, a oportunidade dos restaurantes populares servindo
duas refeições por dia e sendo inaugurados também no interior do Estado e
teremos entendido o quanto é indispensável e magnânimo encontrar essas
multidões.
Esse olhar social pode ser refratário às
luzes dos holofotes de algumas mídias que só buscam o gigantismo de grandes
obras. Mas não há obra maior que a conquista da dignidade humana. Não há fazer
maior que encontrar e ajudar as multidões sem nome.
Editorial do Jornal Pequeno, edição desta quinta-feira (07)
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