Levantamento
aponta que 9 dos 16 cotados para a sucessão de Cunha têm alguma pendência na
Justiça; crimes vão de exploração de trabalho escravo a peculato
Os
favoritos para a disputa da presidência da Câmara ainda não formalizaram as
suas candidaturas.
Gustavo Aguiar e Fabio Serapião,
O Estado de S.Paulo
A eleição do próximo presidente
da Câmara, prevista para a quarta-feira, vai definir uma figura central para os
próximos passos do governo. Além de ser o primeiro na linha sucessória do
presidente em exercício Michel Temer, o substituto de Cunha terá poder para
acelerar ou atrapalhar o processo de cassação do peemedebista e as votações de
projetos importantes para o ajuste fiscal do governo.
Levantamento do Estado checou as
pendências dos 16 nomes até agora cotados para a disputa nos bancos de dados
públicos dos tribunais de Justiça, nas cortes superiores e eleitorais e
encontrou algum tipo de procedimento relacionado a nove deles (mais informações
nesta página).

Favoritos
Entre os mais cotados na disputa
e possível candidato do Centrão (bloco que reúne 13 partidos), o deputado
Rogério Rosso (PSD-DF) é investigado por peculato e indiciado por corrupção. Os
crimes são relacionados ao mandato-tampão como governador do Distrito Federal,
em 2010, após um escândalo de corrupção que prendeu o então governador José
Roberto Arruda e obrigou o vice, Paulo Octávio, a renunciar.
O possível adversário direto de
Rosso, Beto Mansur (PRB-SP), primeiro-secretário da Câmara, é o que tem a maior
lista de pendências judiciais entre os 16 pesquisados. Ele já foi condenado e
responde a um processo por exploração de trabalho análogo à escravidão em uma
fazenda no interior de Goiás. O caso envolve 46 trabalhadores, sete dos quais
eram menores de idade na época.
Em outra ação penal no Supremo
Tribunal Federal, Mansur responde por crime de responsabilidade relacionado ao
período em que foi prefeito de Santos (1997-2004). Ele também é alvo de dois
inquéritos na Corte por crimes contra a administração pública. Na Justiça
paulista, o deputado ainda foi condenado por improbidade administrativa e é
alvo de uma segunda ação por dano ambiental.

Já Fernando Giacobo (PR-PR),
graças à prescrição, não responde a processo atualmente, mas escapou de duas
ações penais no STF por formação de quadrilha e crime tributário.
Também no páreo, Heráclito
Fortes (PSB-PI) teve as contas das últimas eleições reprovadas pelo Tribunal
Regional Eleitoral (TRE) do seu Estado. O deputado ainda pode recorrer na ação
em que o Ministério Público Eleitoral pede a cassação do mandato. Antes, foi
condenado por improbidade administrativa quando era prefeito de Teresina, entre
1989 e 1993, por usar publicidade institucional para fazer promoção pessoal. A
Justiça determinou ressarcimento aos cofres públicos.
Do PTB, o goiano Jovair Arantes
foi condenado pelo TRE por utilizar funcionário público em seu comitê de
campanha em 2014. Ele foi multado em R$ 25 mil. Ainda cabe recurso ao Tribunal
Superior Eleitoral (TSE).
Correndo por fora na disputa,
Hugo Leal (PSB-RJ) foi condenado no Rio por violações administrativas em
licitações quando foi presidente do Detran no Rio. Ainda cabe recurso.
No PP, os dois possíveis candidato
também respondem a processos. Esperidião Amim (SC) responde por improbidade
administrativa e dano ao erário e Fausto Pinato (SP) é réu em ação no STF
acusado de falso testemunho. / COLABORARAM CARLA ARAÚJO e JULIA LINDNER
Nenhum comentário:
Postar um comentário