São cumpridos 120 mandados no
estado, além de São Paulo e Florianópolis.
Esquema desviou R$ 4,5 milhões
para quitar dívidas políticas.

Fernanda Borges
Do G1 GO
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Afrêni Gonçalves, presidente do
PSDB-GO,
e JoséTaveira, presidente da Saneago
|
A Polícia Federal realizou na
manhã desta quarta-feira (24) uma operação para desarticular uma quadrilha
responsável pelo desvio de R$ 4,5 milhões em recursos federais por meio da
Companhia de Saneamento de Goiás (Saneago). Segundo as investigações, as verbas
eram destinadas ao pagamento de dívidas políticas.
A Operação Decantação cumpre 120
mandados judiciais em Goiânia, Aparecida de Goiânia, Formosa e Itumbiara, em
Goiás, além de São Paulo e Florianópolis (SC). Entre os presos estão o
presidente estadual do PSDB, Afrêni Gonçalves, e ex-secretário da Fazenda de
Goiás e atual presidente da Saneago, José Taveira Rocha.
O G1 entrou em contato com o
assessoria de imprensa do PSDB-GO, nesta manhã, que informou que ainda não
tinha um posicionamento sobre o assunto e que iria se pronunciar mais tarde.
No entanto, a assessoria do
partido encaminhou uma nota, em nome do Governo de Goiás, destacando que o
órgão “apoia as investigações em curso na Polícia Federal e no Ministério
Público Federal e está inteiramente à disposição das autoridades para quaisquer
esclarecimentos”.
O texto ressalta que “os
procedimentos licitatórios realizados pelos órgãos, autarquias e empresas da
administração estadual são pautados pela legalidade e pela transparência”.
Por fim, a nota destacou que
"o Governo de Goiás acredita na idoneidade dos diretores e
superintendentes da Saneago [Saneamento de Goiás S.A.] e tem a plena certeza de
que os fatos apresentados serão plenamente esclarecidos”.
Já a assessoria de imprensa da
Saneago informou, em nota, que a companhia "aguarda a conclusão da
operação da Polícia Federal para tomar ciência dos fatos e, a partir daí,
emitir um pronunciamento sobre o caso".
A Saneago também destacou por
telefone, à TV Anhanguera, que a Operação Decantação não aferará o fornecimento
de água nas cidades em que a empresa opera.

Operação
Cerca de 300 policiais
participam das investigações, que contam com apoio do Ministério Público
Federal e do Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle, e evitaram
um prejuízo de quase R$ 7 milhões.
No total são cumpridos 11
mandados de prisão preventiva, quatro de prisão temporária, 21 de condução
coercitiva e 67 de busca e apreensão na sede de empresas envolvidas e do PSDB
em Goiânia, além de residências e outros endereços relacionados aos
investigados.
Os mandados de prisão temporária
foram cumpridos contra Afrêni Gonçalves, José Taveira Rocha, Robson Salazar e
Nilvane Costa.
Já os presos preventivamente
são: Ridavia Azevedo, Emanuel Peixoto, José Raimundo Gontijo, José Vicente da
Silva Junior, Luiz Humberto Gonçalves, Frederico José Lavres, Gilberto de
Oliveira, Rafael Ferreira Sá, Charles de Oliveira e Carlos Eduardo da Costa.
Também é procurado Eduardo Henrique de Deus.
Segundo a PF, a investigação
apurou que dirigentes e colaboradores da Saneago promoveram licitações
fraudulentas, por meio da contratação de uma empresa de consultoria envolvida
no esquema criminoso.
Desta forma, recursos públicos
federais do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), de financiamentos do
Bando Nacional do Desenvolvimento (BNDES) e da Caixa Econômica Federal foram
desviados para pagamento de propinas e dívidas de campanhas políticas.
Ainda segundo a investigação, a
consultoria contratada pela Saneago também é suspeita de favorecer empresas que
participavam do conluio e que eram responsáveis, posteriormente, por doações
eleitorais.
Os envolvidos responderão, na
medida de suas participações, pelos crimes de peculato, corrupção passiva,
corrupção ativa, organização criminosa e fraudes em processos licitatórios.
Também foi determinado o afastamento da função pública de oito servidores e a
proibição de comunicação entre nove envolvidos.
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